Mês de abril é o mais seco dos últimos 5 anos em Campo Mourão; frio chega já em maio

Com chuvas abaixo da média, o mês de abril de 2020 está chegando ao fim como o mais seco dos últimos cinco anos na cidade de Campo Mourão, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). Para se ter ideia, a média histórica para o mês é entre 100 a 120 milímetros, mas até o momento, apenas sete dias do fim de abril, o município registrou apenas 51 mm. 

A previsão é que a partir da próxima quarta-feira (29), a chuva retorne à região, mas de forma isolada.  O que chama atenção é que, conforme as previsões, a temperatura deverá despencar já no início de maio, com os termômetros entre 6 a 8Cº graus entre os dias 5 e 7 de maio. 

De acordo com o Simepar, a média histórica de chuvas para o mês de abril em Campo Mourão nos últimos 10 anos é a seguinte:  2010 (172,2 mm); 2011 (102,2 mm); 2012 (243,0 mm); 2013 (64,6 mm); 2014 (154,6 mm); 2015 (28,6 mm); 2016 (65,2 mm); 2017 (159,6 mm); 2018 (57,6 mm); e 2019 (70,6mm).

“Se observar o volume para o mês em anos anteriores, abril é uma época até que ocorre pouca chuva. O problema este ano é que choveu  pouco também durante  março e fevereiro. No mês passado, por exemplo,  tivemos  só 60 milímetros de chuva em Campo Mourão”, observou o meteorologista do Simepar, Lizandro Jacobson, ao reforçar que a estiagem vem se agravando já desde fevereiro. 

Jacobson explica que a seca ocorre em função de bloqueios atmosféricos, ou seja, uma massa de ar mais quente predomina sobre o Estado impedindo a formação de nuvens carregadas. “Enquanto isso, no sudeste, entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo choveu bastante. Quando chove demais lá, o que forma a chamada zona de convergência do Atlântico Sul, não chove quase nada na região Sul do País”, explicou, ao comentar que a seca não tem nada haver com fenômenos de maiores escalas como El Niño ou o La Niña.

O meteorologista disse que as perspectivas não são muito animadoras devido a proximidade do inverno, estação mais seca no Paraná. “Para recuperar este déficit hídrico dos últimos dois meses no Estado é muito difícil em curto prazo, para isso teria que ocorrer uma chuva bem fora dos padrões ou extraordinária”, disse  Jacobson. 

Para o Instituto, a estiagem pode agravar as queimadas e piorar qualidade do ar.  Até o momento não há registro de perdas em lavouras na região da Comcam.