Alunos da rede estadual estudam pela TV aberta e aplicativo
Com a necessidade de evitar aglomeração por conta da pandemia de Coronavírus, uma das áreas mais prejudicadas tem sido a educação presencial. Para que o ano letivo não fique perdido, o governo do Paraná adotou um sistema para que os alunos da rede estadual tenham aulas à distância.
Além de um aplicativo, também contratou três canais de TV aberta (RIC TV – afiliada da Record), com cobertura estadual: um canal para 6º e 7º, um canal para 8º e 9º e um canal para ensino médio. Para cada série, há um bloco de cinco aulas por dia. As aulas são transmitidas também pelo canal de vídeos YouTube, no mesmo horário da TV.
Na área do Núcleo de Campo Mourão, segundo a chefe regional, Ivete Sakuno, cerca de 20 mil alunos estão sendo atendidos desde o dia 6 de abril. O plano é atingir pelo menos 90 por cento dos alunos e evitar a reposição das aulas. Para resolver a questão da interação, que não é possível por meio da televisão, entra o aplicativo Aula Paraná.
O sistema, porém, foi criticado pela APP-Sindicato dos Professores sob o argumento de que não é possível oferecer aulas de qualidade por esse método. O órgão até tentou impedir a medida junto ao Ministério Público do Paraná e Ministério Público do Trabalho. A alegação é que a SEED não debateu o projeto com a APP-Sindicato, com pais e a comunidade escolar e desrespeitou a deliberação do Conselho Estadual de Educação. Tanto que, de início, algumas direções de escolas e professores, especialmente ligados ao sindicato, não aderiram.
Questionada a respeito, a chefe do Núcleo evitou polemizar o assunto. “Sabemos que o novo incomoda, mas com serenidade, paciência e diálogo sempre se chega num consenso. E só temos a agradecer as direções, equipe pedagógica, professores, servidores pela compreensão e dedicação ao trabalho. Pois sabemos que nossa razão de existir são os alunos que precisam e merecem nossa atenção”, amenizou.
Ela admite, porém, que nem todos os alunos estão conseguindo acompanhar por esse sistema. “Aos que não conseguirem acesso via TV, celular ou computador, receberão material escrito, com apoio das escolas”, garantiu. Ela lembra que os estudantes são avaliados, recebem falta e presença da mesma forma como nas aulas presenciais. “Esta atividade é como uma sala de aula, porém, virtual, havendo interação professor e aluno”, acrescentou.
A chefe do NRE diz que não existe uma previsão para retorno das aulas presenciais. “Diante da gravidade da situação do Covid-19 que ainda está no auge de contaminação, a solução encontrada pra não se deixar os alunos desassistidos, foi essa ferramenta tecnológica que será contada como cumprimento do calendário escolar”, explicou.
Pelos “links” que professores e alunos acessam é possível, segundo Ivete, o controle das aulas dadas pelos professores e a participação dos alunos. Quanto ao atendimento nas secretarias dos colégios e no Núcleo Regional, as direções se organizam para oferecer atendimento a quem necessita, tomando os cuidados e utilizando os equipamentos de segurança. “No Núcleo estamos fazendo da mesma forma, além do tele trabalho diário, que está bastante intenso”, informou Ivete.