“Foi um teatro político para me prejudicar”, diz presidente de Câmara sobre prisão
O presidente da Câmara de Vereadores de Quarto Centenário Claudinei Carlis (PSDB), mais conhecido como “Neguinho do Açougue”, candidato a prefeito, divulgou um vídeo comentando sua prisão em flagrante nessa terça-feira (10) por posse ilegal de arma de fogo e munição. Ele foi detido no âmbito da Operação “Bom Preço”. Carlis comentou que sua prisão foi arquitetada por adversários que fizeram ‘um teatro’ para prejudicá-lo politicamente.
“Eu vi o despacho do juiz e acredito que ele foi induzido ao erro. Eu confio muito na Justiça da nossa Comarca e isso não pode ficar assim. Não posso admitir”, falou. Ele comentou que a oposição chegou a denunciar que havia drogas em sua residência. “Esta ação poderia ter sido feita na semana que vem ou então há 15 dias. Porque fizeram agora na véspera da eleição?”, questionou.
Ele afirmou ainda que a denúncia partiu de adversários que perderam mordomias quando ele foi secretário municipal. “Independente recebi muito apoio. Falo a todos os eleitores e minha família se sou uma pessoa que nunca me envolvi com nada de errado, e tudo que tenho construí tijolinho por tijolinho”, ressaltou.
“Neguinho do Açougue”, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munição pelo Ministério Público da Comarca Goioerê e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele pagou fiança e foi solto.
A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão no gabinete do vereador, na Câmara Municipal; em sua residência; em um mercado; e na residência da suposta dona do mercado. Durante a operação, o vereador foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munição.
De acordo com o Ministério Público (MP), há indícios de “Neguinho” tenha feito a simulação da venda de seu mercado para uma funcionária do estabelecimento que não tinha condições de fazer a compra. A venda foi supostamente simulada por R$ 80 mil, em 40 prestações de R$ 2 mil. Valor e condições incompatíveis com o faturamento do mercado, segundo a Promotoria.
As investigações apontaram ainda que a transação teria sido feita um dia antes da diplomação do vereador, com o objetivo de manter contrato de fornecimento que o estabelecimento possuía com o município. Conforme o MP, o mercado recebeu mais de R$ 1 milhão em decorrência do contrato de 2017 a 2020.
As investigações encontraram indícios de que a propriedade continua sendo do vereador como permanência do fornecimento de energia elétrica e do endereço eletrônico dele como responsável, uso de veículo de propriedade do investigado para atividades da empresa, inclusive entrega de compras, manutenção de familiares próximos do vereador como funcionários e em cargos de comando da empresa, impossibilidade de a compradora pagar o preço combinado e o fato de a transferência ter sido feita um dia antes da posse do investigado no Legislativo.
Nas buscas, foram apreendidos documentos, anotações, cheques e dinheiro em espécie. Na residência do presidente da Câmara, foram encontrados um revólver calibre 32, uma caixa com 46 munições e R$ 13,1 mil em espécie.