Desempregadas usam rede social para mandar recado a empregadores

Duas mulheres que estão a procura de emprego em Campo Mourão usaram um grupo de rede social de anúncios para mandar recados aos empregadores. Uma delas reclamou do descaso de alguns responsáveis por Recursos Humanos em relação aos candidatos. A outra, desempregada há um ano, desconfia até de racismo.

“Precisamos de mais empatia. Não é fácil estar desempregado com tudo isso que está acontecendo”, disse uma delas. A trabalhadora aproveitou a postagem para pedir que os entrevistadores cumpram horários. “Se a gente chegar atrasado no trabalho, seremos punidos. Então, por favor, cumpram o horário marcado”, conclama.

Ela também pede que o candidato seja avisado quando não for selecionado e que as empresas só peçam cópias de todos os documentos se forem contratar. “Às vezes aquele dinheirinho que se gasta com fotocópias é o único na carteira. Pessoal dos recursos humanos que estão nos escritórios, não se esqueça que você já foi um candidato também, ok?”, argumenta ela na postagem.

A outra desempregada, Silvana de Andrade da Silva, contou à TRIBUNA que mora em Campo Mourão (Jardim Ipanema) há pouco tempo e já está cansada de ouvir “não temos vagas”. Ela já trabalhou em um frigorífico de aves em Ubiratã por três anos, mas saiu para cuidar dos filhos e desde então não conseguiu mais emprego.

“Me olham com cara de nojo, desdenha. Sou mãe de quatro filhos, negra, gorda e não me envergonho disso. Mas eu quero uma oportunidade para mostrar que eu também sou capaz. Dói muito ter que vir aqui, ficar pedindo e as pessoas achando que eu sou preguiçosa, que não quer arrumar um emprego”, escreveu ela no grupo do Facebook.

Ela disse que o marido conseguiu emprego em um supermercado da cidade. “Preciso tanto de ajuda, estou ficando desesperada. Nunca passei uma fase assim tão demorada. Nunca acaba, meu Deus”, lamenta Silvana, que divulgou também o número do telefone, no caso de alguém puder ajudá-la: (44 998366021).