Uma startup voltada às soluções
Numa das salas do edifício Adhara, jovens talentosos à tecnologia se espremem entre computadores. Num ambiente semelhante ao de escritórios nova iorquinos, desenvolvem aplicativos sob a meia luz de luminárias que caem do teto. E é ali onde Nichollas Marshell, decidiu apostar parte de suas fichas. Vindo de São Paulo, capital, escolheu Campo Mourão. Primeiro por encontrar mão de obra adequada. Depois, pela cidade ser estratégica, próxima ao aeroporto de Maringá. Por fim, pela sempre hospitalidade dos mourãoenses. Juntos, os três fatores levaram a novas empresas. Novos empregos. Esperanças em tempos de crise.
Formado em administração de empresas, com ênfase em tecnologia, Nichollas escolheu montar suas ideias no Rio de janeiro, ainda em 2015. Mas lá, não encontrou a tão desejada especialização que queria. Então, traçou a meta em buscá-la no Paraná. Percorreu todos os campi da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Mas foi aqui, o tiro certeiro.
Desde então, com quatro pessoas, iniciou a criação de aplicativos. O desenvolvimento ia de vento em proa. Até chegar a pandemia. “Parou tudo. Ficamos quatro meses sem receber de nossos clientes. Entramos em choque”, disse. No entanto, era hora de agir. Em 45 dias, comovido pelo sufoco a que comerciantes e empresas passavam, estruturou um novo aplicativo. A ideia foi tão bem aceita que se transformou numa nova empresa: a DeliveryTo.
De forma local, o app integra empresas para vender seus produtos nos moldes do e-commerce. O detalhe: com entregas de, no máximo, duas horas. Somente em Campo Mourão já são 60 delas. O aplicativo está presente em diversas cidades brasileiras. Até o final de 2021, a meta é abranger mil pequenas e micro empresas. “O objetivo é colaborar com as pequenas e micro empresas. Os clientes podem comprar o que desejarem, sem sair de casa”, explicou Nichollas.
Um outro app criado pela equipe é o Pare Azul. Desenvolvido já, há alguns anos, ele será implantado no centro de Campo Mourão, a partir de julho. Trata-se de um projeto almejado pela população há anos, o estacionamento rotativo. Uma espécie de “mal necessário”. Paga-se por isso. Em compensação, existirão vagas aos carros. Com o desenvolvimento do aplicativo, a startup, já mantém 22 pessoas contratadas. O número não para de crescer. A meta, segundo a empresa, é chegar a 50 colaboradores até o final do ano.
Buscando sempre a inovação, a partir de novas tecnologias, a empresa é comandada pela criação. Com o tempo, Nichollas elevou três colaboradores a seus sócios: Marcos Andrade, 27, Leonardo Baiser, 25, e Guilherme Pereira, 27. O ambiente descontraído é apenas um exemplo. Uma estrutura de tênis de mesa se encontra no meio da sala. E é ali, entre a pausa e as conversas de trabalho, quando novas soluções surgem. Sempre, em favor das pessoas. Soluções em tempos difíceis.