Mesmo com frio e seca dengue avança na região
Mesmo o frio e a falta de chuvas, que na teoria deveriam dificultar a proliferação do Aedes aegypti, e consequentemente o avanço da dengue, não estão 'freando' a doença na região de Campo Mourão. Os casos só aumentam a cada semana tomando proporções preocupantes.
Conforme o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a Comcam registrou da última semana para cá 130 novos casos de dengue, atingindo 1.858 confirmações acumuladas e 5.056 notificações. O período epidemiológico teve início em agosto do ano passado. Há casos confirmados em 22 dos 25 municípios da região.
Segundo o boletim, a maioria dos casos estão nas cidades de Campina da Lagoa, com 779 confirmações e Ubiratã, com 739. Em Campo Mourão o número de confirmações aumentou de 17 para 28 em uma semana. Ou seja, 11 novos casos. “A população não pode se preocupar somente com o coronavírus. O vírus da dengue também está circulante e deve receber toda atenção”, alertou o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, ao ressaltar que os casos mais graves de dengue podem levar o paciente à morte.
Os casos por municípios são: Altamira do Paraná (12), Araruna (1), Barbosa Ferraz (18), Boa Esperança (67), Campina da Lagoa (779), Campo Mourão (28), Corumbataí do Sul (1), Engenheiro Beltrão (2), Fênix (1), Goioerê (9), Iretama (90), Juranda (78), Luiziana (20), Mamborê (3), Moreira Sales (6), Nova Cantu (15), Peabiru (6), Quinta do Sol (5), Rancho Alegre D’Oeste (2), Roncador (51), Terra Boa (6) e Ubiratã (739).
A Regional de Saúde tem intensificado o combate à dengue em conjunto com os municípios enviando equipes técnicas in-loco para acompanhar a situação. Siqueira ressaltou que o combate ao mosquito Aedes aegypti é papel de toda população. Ele orientou que é importante os moradores sempre se atentarem a remoção dos criadouros do mosquito.
No Paraná, a situação também é preocupante segundo os dados. O boletim semanal da dengue confirmou 1.836 novos casos da doença e três óbitos. Os dados acumulados no período epidemiológico registram 16.679 casos confirmados e 22 óbitos, 72.775 notificações, 32.680 casos descartados e 13.385 em investigação.
No Estado, 358 municípios têm notificações para a dengue e 267 apresentam casos confirmados. As medidas de combate à doença já são bem conhecidas e envolvem a eliminação de todos os pontos que possam acumular água parada como vasos de plantas, calhas, lajes, ralos, entre outros; estas ações devem ser diárias tanto nos ambientes domiciliares como nos locais de trabalho e áreas públicas.
A Secretaria da Saúde recomenda a verificação constante dos quintais e dentro das residências para a eliminação dos criadouros do mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Conforme a Saúde, 90% dos criadouros do mosquito transmissor da doença estão nos quintais e ambientes internos das residências. Por isso é importante que a comunidade esteja sempre atenta.
Sintomas
A dengue se manifesta com a febre de início abrupto, associada a dores de cabeça, dores musculares, nas articulações, atrás dos olhos e o surgimento de exantemas (vermelhidão pelo corpo).
Os sinais de alerta apontando para a evolução para quadros mais graves associa dores abdominais fortes e contínuas, vômitos, tonturas, sangramentos, queda no número de plaquetas e hipotensão, entre outros.
Na dengue grave podem surgir sangramentos severos, inclusive hemorragia digestiva, choques e formas de comprometimento neurológico, hepático e cardíaco.