ENCAFIFA
Pensar para aceitar. Calar para resistir. Agir para vencer.
Renato Kehl
Nada como um dia após o outro. Nada como uma eleição após a outra. Nada como nada após outro nada. Nada como um escândalo após outro. Quem encafifa, encafifado está, mais ainda se for com a FIFA – Federação Internacional de Futebol.
Não é só o Brasil que tem uma cultura do adesismo ao poder. Em qualquer classe social, posição econômica, onde exista o poder, é fácil encontrar os que bajulam, aqueles que procuram expressar simpatia, subserviência, fascínio pelo poder: o poder pelo poder.
Se o poder muda de comando os governistas imediatamente agem como ratos de navio, são os primeiros a abandoná-lo, e, com a igual volúpia, vão buscar ocupar o novo poder, ainda que como capachos.
Pouco antes da eleição para entronizá-lo por mais quatro anos no comando da FIFA, existiu expectativa devido o escândalo que veio à tona na véspera da escolha de Joseph Blatter, quanto a influenciar no resultado. Mas Blatter venceu facilmente o príncipe Jordano Ali-Hussein, que desistiu da disputa quando já não reunia votos para o segundo escrutínio. Ali-Hussein deveria ir até o fim, porém se tornou bola murcha ao desmerecer os que o apoiavam.
Ante a tantos aplausos, abraços, elogios e toda aquela pompa, o poder continuava a ser de Blatter e ele próprio transmitia efusivamente que passaria por cima daqueles escândalos todos sem ser atingido
Apesar de toda aquela festa o ex-jogador francês Michel Platini, que preside a poderosa UEFA – União das Associações Europeias de Futebol, se manteve coerente, e, como oposição a Blatter, não o aplaudiu, mantendo-se sem esboçar qualquer expressão simpática. Ele não aderiu ao poder, aos aplausos ruidosos com a intenção de abafar os escândalos no futebol mundial, a envolver copas já realizadas e as definidas como sede. A bola e a bolada não rolaram nos gramados, correram como malas pretas das jogadas corruptas.
O príncipe fugiu da batalha quando deveria ter lutado. Os que só agora se apresentam como prováveis candidatos são oportunistas, que, se não tem poder, se aliaram com quem tinha, por conveniência e interesses inconfessáveis. Quem se manteve prudente e com vergonha é Platini, não se curvou a cooptação e ao poder.
Blatter, quatro dias depois, renunciou ao mandato recém conquistado. Qual será a verdadeira razão? Quem sabe o brasileiro preso na Suíça José Maria Marin saiba.
E por falar de adesão ao poder, os bajuladores de outrora são mesmos como aqueles ratos, sabem rapidamente mudar de posição para se manterem no poder ou não serem identificados com os que caíram em desgraça: correram arrancar as letras que formavam o nome do Marim denominando o prédio sede da CBF. Para enganar a quem?
Quando o árbitro apitar ou o juiz bater o martelo é que será possível verificar. Já se foi o tempo que a única sujeira no futebol era dos uniformes, de terra, da grama, do jogo limpo!
Fases de Fazer Frases
Ínfima miséria moral valerá muito mais do que qualquer tesouro material.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Não é só falar, ler ou escrever errado que é ruim. Usar palavras estrangeiras se as temos em nossa língua é erro. Vão achar ridículo quem grafar bicicleta, em vez de bike. Para ficar apenas noutro exemplo atual, tem professor que passou a falar tablet, mas o correto é tablete. Bateremos recorde de mordidas na própria língua portuguesa? Re-cor-de (sem som e acento). Récord é para inglês ver ou estadunidense ouvir.
Reminiscências em Preto e Branco
Pilha de nervos é ditado comum. Talvez atualizem tecnologicamente: bateria