Brant, “…uma lembrança que o outro cantou…”

Amigo é coisa para se guardar/No lado esquerdo do peito,/mesmo que o tempo e a distância digam não,/mesmo esquecendo a canção./ O que importa é ouvir a voz que vem do coração/

Canção da América – Fernando Brant e Milton Nascimento

Canção da América é uma das mais importantes músicas brasileiras, interpretada por Milton Nascimento e já tendo sido cantada por importantes artistas nossos, Milton sempre fez questão de informar ao público sobre os nomes dos autores das letras e músicas. Esta música é de Fernando Brant e eu…

Fernando Brant é o autor de mais de 200 músicas. Ele morreu no último dia 12 em decorrência do insucesso de um transplante de fígado para curar o câncer. Um grande compositor, poeta, apaixonado pela música brasileira, só poderia, na última despedida,  ser homenageado com as belas canções que compôs. Canção da América é bela, conhecida do público, emocionante.

Com Milton, Brant compôs Bailes da Vida, outra grande obra: … Para cantar nada era longe, tudo tão bom/Té a estrada de terra na boleia de caminhão, era sim/Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão/Se foi assim, assim será/

Eles fundaram o famoso Clube da Esquina em Belo Horizonte, fonte da riqueza cultural das Minas Gerais e que se espraiou pelo Brasil. Era a amizade sólida, linda e exemplar, do agora saudoso Fernando Brant com Milton, Wagner Tizzo e Lô Borges. 

Os versos, a história, a musicalidade da poesia cantada estão presentes no tesouro musical feito por Brant, sendo difícil escolher a melhor canção, dado ao enorme significado que todas elas tem, repletas de sentimentos que estabeleceram épocas, ao mesmo tempo que atemporais, legítimas representações da identidade não só de uma geração, a deles e as que vieram e virão.

Em Maria, Maria, Brant retrata a mulher brasileira, típica no nome e na vida: Uma mulher que merece/Viver e amar/Como outra qualquer/Do planeta…/Maria, Maria/É a dose mais forte e lenta/De uma gente que ri/Quando deve chorar/E não vive, apenas aguenta…/…/É preciso ter gana sempre/Quem traz no corpo a marca/Quem traz no corpo a marca/…Possui a estranha mania/De ter fé na vida…/

Brant passa a ser saudade, ele que sempre foi no curso de uma vida cultural pulsante, digno, capaz de amealhar amizades duradouras, exemplares, era o timoneiro da navegação, na calmaria das águas ou na turbulência, sempre primordial no convívio transbordante de afeto. E só poderiam ser dele os trechos a seguir de outra canção, Travessia: Quando você foi embora/Fez-se noite em meu viver/Solto a voz nas estradas/Já não quero parar/…      

Fases de Fazer Frases (I)

Sobre sair, sobressai a sobra aí? Aí, sobre sair ou sobressair?

Fases de Fazer Frases (II)

Deixar passar o tempo é natural, deixar-se passar por ele, não. 

Fases de Fazer Frases (III)

Avistamos o que nossos olhos alcançam. Sem alcançar, eles verão/virão o que imaginarmos.

Fases de Fazer Frases (IV)

A ignorância é pior quando quem tem a retém.   

Olhos, Vistos do Cotidiano

Os juros já foram aumentados pelo Banco Central: 13.75! Antes da eleição presidencial quem iria governar seriam os banqueiros, disse a presidente Dilma, logicamente se referindo aos adversários. O ministro Joaquim Levy, que comanda a economia, veio justamente do setor financeiro mais rico do Brasil, os bancos. Os juros agora começam com o número… 13! Quem sabe algum petista, pegando carona na colocação, afirme que poderia ser pior, se ganhasse o Aécio, os juros atingiriam 45. São os números, sabe se lá se os eleitores de um modo geral lembram-se deles.

Reminiscências em Preto e Branco (I)

Fotos antigas em preto e branco não amarelam. Colorem a lembrança retratada.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

O bule não se parece com a garrafa térmica. Eles não são unidos pelo tempo, mas pelo café.