Vergonha!

Uma semana depois do tsuname que arrasou parte do Japão, com milhares de mortes e problemas nucleares gravíssimos, com surpresa o brasileiro via na TV, a estrada com o asfalto, antes destruído, já recuperado. A estupefação era provocada pela demora com que aqui, as obras são refeitas. Quando o são! Caso por exemplo das tragédias provocadas pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Preocupação amenizada pela pronta intervenção do poder público, com a presidente Dilma e o governador Sérgio Cabral sobrevoando de helicóptero as áreas afetadas, lamentando as terríveis perdas inclusive de vidas humanas, e prometendo providências. Alguns recursos efetivamente foram alocados, logo transformados em notíciário policial, com prefeitos sendo afastados por corrupção. Passados dois anos, a tragédia se repete. Novamente, diante da comoção popular, promessas são refeitas. Inclusive com uma frase infeliz da presidente, diretamente de Roma: É preciso tomar medidas drásticas. Quando todos pensavam em recursos financeiros e técnicos para conter os problemas novamente gerados, e a cada chuva, ela completa censurando os que insistem em morar em áreas de risco. Como se a eles fosse dada alguma oportunidade de escolha. Igualmente aqui no Paraná, problemas nas áreas de Morretes e Antonina, ocorridos nas enchentes do ano passado, ainda estão à espera de providência. À época existiam problemas até com o volume de madeiras acumuladas na região. Pouco mais se falou no assunto. Com certeza ainda muito resta a ser feito. Até quando o brasileiro vai assistir a inoperância oficial, a cada peça que a tão judiada natureza nos prega, como se a antecipar as vinganças que ainda ocorrerão para os maus tratos que sofre!

Compra suspensa

Um alerta assustador, ao qual, afora o pronunciamento do deputado Elio Rusch, pouca atenção se deu. A suspensão de compra de quase 2 milhões de toneladas de soja, pela Sunrise, maior trading chinesa de soja, por dificuldades de embarque, pela precária infraestrutura de estradas e portos brasileiros, pode ser a ponta de um enorme iceberg financeiro.

Risco sério

Oportunidade a que esse e outros grupos tentem renegociar contratos já feitos, objetivando baratear seus custos. Ainda ontem aqui se alertava, como de resto toda a imprensa brasileira, a possibilidade de prejuízos ao agricultor e aos demais segmentos envolvidos na exportação de grãos. Como a situação fica crítica pela incompetência do governo que aumenta ministérios e muda ministros, sem compromisso com a eficiência, outros prejuízos poderão decorrer da super safra.

Pouco destaque

As grandes redes de televisão, abastecidas robustamente pelas verbas das estatais brasileiras (a pergunta que cabe: a Petrobras anunciando a esta altura para disputar com que concorrente?), limitam-se a mostrar rapidamente as filas de caminhões carregados de soja que ficam dias e dias na estrada. Deve ser uma forma de armazenamento em carrocerias, já que silos e armazéns estão tomados. No máximo tais redes realizam reportagens rápidas sobre caminhões enfrentando estradas  que são atoleiros. Apenas jornais independentes apontam as falhas governamentais na infraestrutura.

Ano milagroso

Outra pergunta que cabe: será que na safra seguinte, os problemas já estarão resolvidos: estradas duplicadas, portos eficientes como preconiza a ministra Gleisi com sua ilimitada confiança na MP 595 que os sindicatos  repudiam? Será que os problemas das regiões serranas igualmente receberão atenções. Tudo é possível: afinal 2014 é ano eleitoral. Neles acontecem milagres!

Em choque

A capacidade do Chefe da Casa Civil, Reinhold Stephanes de desatar nós vai ser posta à prova. Com o Paraná no SPC federal, com seis pendências que podem inclusive trancar negociações já em andamento, como o financiamento de US$ 350 milhões com o banco Mundial que os senadores Álvaro Dias e Sérgio Souza arrancaram a fórceps no Senado, Reinhold pede 30 dias para resolver tais pendências. Uma tarefa hercúlea.