Acertos e desacertos

Os acertos do governador Beto Richa com o PMDB começam a gerar desconforto na Assembleia entre seus companheiros de primeira hora. Por uma razão simples: os peemedebistas e até alguns tucanos, que foram governo com Requião durante os oito anos que antecederam a 2010, sabem muito melhor que os fieis companheiros que ficaram durante todo esse tempo a pão e água,  a ser governo. Entram nos acertos atuais  com mais experiência na ocupação de espaço. A reação dos deputados é por pressão das suas bases onde os peemedebistas, agora governistas, começam a levar vantagem, embora tenham combatido duramente a candidatura de Beto em suas cidades. Coisa difícil de engolir em política! A gota d’água no descontentamento generalizado apareceu sob a forma de uma reclamação do deputado democrata Pedro Lupion, criticando o deslocamento de soldados de suas cidades atuais para locais distantes. Verbalizou as críticas de outros companheiros. Como porteira que passa um boi, passa a boiada, outras manifestações críticas podem ocorrer. O raciocínio desses companheiros hoje descontentes, reside  na incerteza que representa o apoio atual de parcela do PMDB, para 2014. Não obstante a força desse partido resida no interior brasileiro, que elege a sua grande bancada de deputados federais que exerce enorme pressão sobre o governo, o momento é de dúvidas. A tentativa frustrada do ex-presidente Lula, pensando em  retirar da vice-presidência  Michel Temer para acomodar um incômodo Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidenciável em gestação, fortaleceu a posição do ex-presidente do PMDB na chapa de Dilma em 2014  e explica as incertezas sobre o apoio peemedebista a Beto naquela eleição. Igualmente a possibilidade anunciada pelo próprio Requião de tentar uma nova candidatura governamental. Tudo isso a indicar que o governador, ao ficar dependente  dos deputados estaduais peemedebistas, pode estar dando um tiro no pé.

Organização perfeita

A cinematograficamente pomposa, organizada e emocionante parada militar (guarda Suíça e Gendarmeria italiana), prestigiadíssima  pela festiva multidão presente à espera do anúncio do novo Papa, só foi possível pela antecedência com que Bento XVI anunciou sua renúncia.

Surpresa

A surpreendente escolha do cardeal argentino que assume com o nome de Francisco I, que não constava nos primeiros lugares das principais bolsas de apostas que abundam na Europa em torno de tudo, frustrou os brasileiros que sonhavam ver o cardeal Odilo Scherer ocupando a mais alta posição da Igreja Católica.  Não é improvável que  possa ter pesado na decisão a possibilidade da escolha do cardeal Scherer ser usada politicamente aqui no Brasil, nesta ante-véspera de eleições presidenciais. Até para esvaziar a menção  ao diabo feita recentemente pela Presidente.

Presença marcante

A presença do governador Beto Richa em Brasília, mostra o interesse do governo paranaense em ver frutificar a mudança que implicaria no fim da guerra fiscal entre os estados, e que pela primeira vez, beneficiária o Paraná, juntamente com outros 19 estados, se antecipada. A resistência de estados nordestinos pode ser suprida com a criação de um fundo especial de compensação.

Mudança favorável

A disputa entre os estados pode favorecer o Paraná se o Rio, São Paulo e Espírito Santo conseguirem reverter a cobrança do ICMS do petróleo e automaticamente a da energia elétrica na produção e não no consumo, como ficou determinado pela Constituição de 88, oportunidade em que o governo e as bancadas do Paraná na Câmara e no Senado, comeram mosca.

Em choque

Naquela discussão da Constituição dita Cidadã, alguns deputados federais do Paraná estavam mais interessados nos rendimentos que o centrão, uma espécie de precursor do mensalão poderiam lhes oferecer. Tivesse à época um Ministério Público atuante, uma Polícia Federal atenta e um ministro Joaquim Barbosa no STF, talvez o escândalo de agora tivesse sido antecipado em 25 anos.