Ele tinha razão!

O tempo é o Senhor da razão estará dizendo Paulo Maluf, apropriando-se de frase que um ex-presidente exibia em suas camisetas, nas corridas que realizava em Brasília à partir da Casa da Dinda. Quando governador paulista, contestou a pouca produtividade da Petrobras que, exercendo o monopólio sobre a exploração de petróleo, ao invés da pesquisa por vezes infrutífera mas compensadora quando descobertos poços, pelo seu baixo custo de extração, preferia importá-lo a preço de mercado. Pois Maluf saiu da crítica à ação. Fundou a Paulipetro. A estatal brasileira uniu-se então a outras com experiência internacional e mapeou o país para exploração, inclusive na faixa marítima (abrindo mão parcialmente do monopólio). À Paulipetro entregou uma área do município de Pitanga, no Paraná. A empresa paulista só não deu com os burros n’água por que encontrou gás. Por ser pequena a jazida, apenas 500 milhões de metros cúbicos, não interessou. Preferiu o Brasil o gás boliviano, com bilionários investimentos  num gasoduto que o trouxe de Santa Cruz, passando por todo o Mato Grosso do Sul, atravessando São Paulo até à capital e dali descendo para Porto Alegre, via Curitiba e Florianópolis. Tornando-se o Brasil refém do inconfiável humor de Evo Morales. Agora a Compagás paranaense aproveita a devolução da área de Pitanga à ANP e se propõe a explorá-la, até como experiência para ampliar suas pesquisas e atuação, já que conta com mais de R$ 800 milhões de contratos para 2013/14.

A teimosia de Maluf em seus devaneios presidenciais onde quase chegou nos extertores da revolução, sendo vencido pela união de políticos contra ele, forçou a Petrobras a sair da cômoda postura anterior, tornando-se hoje uma potência mundial. Com todas as críticas que sofre, Maluf sacudiu o Brasil, hoje à beira de ser uma potência  na produção de gás.

À pessoa errada

A vaia com que a presidente Dilma foi saudada pelos prefeitos participantes da nova Marcha a Brasília, embora fundamentada, foi dada à pessoa e momento errados. Com tal procedimento deveriam ter sido agraciados presidentes anteriores que sempre fizeram ouvido de mercador aos apelos municipalista. Se bem que um Lula por exemplo, teria feito olhar de paisagem e fingido que a vaia não era para ele. Dilma não gostou. Depois do evento avançou de dedo em riste contra o presidente da Associação Nacional dos Municípios.

Distribuição madrasta

O fato porém, e isso foi afirmado aqui na quarta-feira, é que a distribuição dos recursos advindos da fantástica carga tributária brasileira é madrasta para os municípios. Apenas 18% para as mais de 5.600 comunidades que realmente carregam o Brasil nas costas. O resto Brasília, consome boa parte e o restante distribui a seu bel prazer.  Investimentos na precaríssima  infraestrutura que é bom, quase nada!

Novas perdas?

Ainda agora, quando a indústria automobilística sofre as conseqüências da bolha que inflou nos tempos de financiamento fácil e longo, reclama das reduções de vendas, o governo se apressa em acenar com soluções. Um dos atingidos certamente será o IPI, uma das fontes geradoras do Fundo de Participação, pronto-socorro só no Paraná de 340 dos seus 399 municípios.

Promessa

A presidente Dilma já acenou que conhece o problema. Promete reduzir a fantástica carga tributária que impede o país de arrecadar mais, pois um grande número de pequenos empresários prefere a informalidade que atrever-se a se tornar vítima de uma fiscalização brutal quando não corrupta. Vejamos se a afirmação que outros fizeram e não tiveram coragem de levar a efeito, confirma-se.

Em choque

Até lá continua valendo a frase de Afif Domingos: No Brasil se cria dificuldades para vender facilidades. A imensa burocracia que incha a máquina pública brasileira, em todos os níveis (executivos, legislativos e judiciários) e em todas as categorias profissionais governistas, consome tudo o que se produz. Pouco sobra para investimentos.