Mudança de paradigma

O governo através o Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro,  que na segunda-feira esteve no Paraná, acena agora com novos preços mínimos para o trigo na região sul. Os R$ 501,00 da tonelada, pouco melhor que os R$ 477,00 anteriores podem recriar algum entusiasmo. Esse mesmo governo, ao não estimular o plantio em épocas passadas, preferindo adquirir o trigo de outros países, a preços pouco mais atraentes, viu nossa dependência do cereal aumentar em níveis preocupantes. E dizer que há algumas décadas a produção de trigo nas regiões norte, oeste e sudoeste do Paraná já foi entusiasmante!  O desinteresse governamental  levou à situação atual. Agora a posição do MAPA, tentando animar o agricultor descrente, mostra o quanto as políticas do setor têm sido incoerentes. Em outras áreas o mesmo ocorre. Ainda agora, quando o governo pela redução dos juros que tenta obter a todo custo, toma medidas em relação à caderneta  de poupança, a desconfiança se faz presente. Não adianta jurar de pés juntos que outras intervenções não serão tentadas no futuro próximo, depois da infeliz decisão do governo Collor que deixou os investidores quase a pão e água. As mudanças permanentes que cada governo faz ao assumir, em todos os níveis, tentando mudar tudo o que foi implantado pelo anterior, gera a desconfiança. Ao invés dessa politicagem que se pratica a cada mudança, o Brasil precisa urgentemente estabelecer políticas de Estado, encerrando definitivamente o ciclo desastroso das políticas de governos. Só assim a credibilidade voltará a reinar nos governos deste país.

Briga…

No tumultuado horizonte político de Brasília, uma nova discussão se esboça. O surgimento de  gravações, das muitas que a Polícia Federal estranhamente divulga em doses homeopáticas, em que o diretor da sucursal da Veja  é citado, faz com que adversários da poderosa Editora Abril voltem-se contra Roberto Civita. Fazendo aflorar descontentamentos antigos, inclusive de gente que já trabalhou na  empresa.

…de poderosos

Essa briga entre veículos, discutindo até onde vai o limite do informante, no caso de Carlinhos Cachoeira tentando apontá-lo como pauteiro da Veja em alguns momentos;  ou, como entendem alguns, não importa a fonte, o que vale é a informação ser válida. Daí, de fato, se ter hoje esse lodaçal de Brasília, com ramificações insuspeitadas levantados pela Polícia Federal, ela própria agindo com método que indica ser a sua ação de interesse do governo. Não fora a imprensa…

Tumulto generalizado

De fato, nessa que se supõe seja a ante-véspera do julgamento do mensalão em que outras sujeiras ocultas em baixo dos tapetes palacianos podem vir à tona; no início de uma CPMI que antes mesmo de ser iniciada já começa a recender a pizza, tal a preocupação de partidos de evitarem determinadas convocações; na aquisição de uma JBS que acabara de se fortalecer, adquirindo outras com ajuda substancial do BNDES e que agora se propõe a comprar a investigada Delta  (de novo com apoio do Banco estatal?); todo esse tumulto interessa ao governo. Mexendo em muito se mexe em nada!

Memória curta

Por aqui deu o esperado. João Cláudio Derrosso, aos 47’ do segundo tempo, quando a cúpula preocupada do tucanato curitibano reunia-se para analisar o que fazer, enviou carta desligando-se do partido. Alívio geral! Sem partido, se o suplente, Edson do Parolin não reivindicar o direito de assumir (nada que uma boa negociação não resolva), Derosso cumpre o mandato atual até 31 de dezembro. Perde o direito à reeleição. Mais votado de Curitiba, garantia ele até segunda de manhã, confiando na pouca memória do povo..

Em choque

A confissão do vereador curitibano, Algaci Túlio, enredado no affaire Derosso por confessar receber verba da Câmara  para seu programa de rádio, tem seu mandato em risco. A Juventude do PMDB quer cassá-lo.