Mudanças de rumos
A brilhante estratégia adotada pelo governo Dilma nesta semana que passou, afrontando os poderosos bancos que os governos anteriores não tiveram a coragem de enfrentar, inicialmente acenando com a redução possível dos juros dos quais o brasileiro só sabia reclamar, para depois ousar outra medida delicada. Desde a traumática intervenção do governo Collor na centenária caderneta de poupança, ninguém mais ousara passar por perto dela. Como dito em comentário desta coluna, Dilma primeiro acumulou ainda mais gordura à sua suculenta aprovação para depois mexer na poupança. Uma medida com potencial de desgaste em função da popularidade dessa aplicação, especialmente depois da infeliz ideia aplicada pela equipe de Zélia Cardoso, de nem um pouco saudosa memória. Uma característica da política: há os que nela entram e nunca mais saem pelo respeito que adquiriram, caso de Juscelino e os que nela são enterrados e pouco lembrados: casos de Zélia e Jânio. O que hoje os analistas procuram descobrir são os nomes dos novos gurus políticos de Dilma, capazes de engendrar estratégias como essa. Percebe-se que apesar do respeito que aparenta devotar ao seu criador, Lula da Silva, algumas sugestões dele não foram acatadas. Situação normal na política. Lugar não fica vazio e da equipe anterior, poucos sobrevivem: Gilberto Carvalho, Paulo Bernardo e na área de comunicação João Santana. Quem dos novos conselheiros como Gleisi Hoffmann e Fernando Pimentel é mais ouvido, é assunto a conferir. O mesmo que por sinal acontece por aqui, depois que Affonso Camargo faleceu e outro guru dos Richas, pai e filho, Euclides Scalco, ensarilhou as armas. Uma nova geração de conselheiros ocupou os espaços. Resta provarem se com a mesma competência!
Tiro no pé…
A semana vai ser agitada pela derrota imposta pela oposição ao governo, na aplicação dos recursos excedentes do Detran, com os novos preços praticados em seus serviços. Nada menos que R$ 360 milhões previstos a serem transferidos ao Fundo de Segurança vão ficar no ar. Que fazer!
…coletivo
Se deixarem tais valores sem destino a tendência será um aumento real do empreguismo. Assim como em governo lugar não fica vazio, dinheiro que sobra logo tem destino ignorado. Mais das vezes, gerando corrupção. Ao acatar a inconstitucionalidade da transferência o TJ poderia então ter votado pela anulação do aumento.
Novos tempos
Se os tempos fossem outros, com o governador anterior no poder, certamente os municípios representados pelos deputados da oposição teriam sua segurança abandonada, como forma de punição à rebeldia. Resta a Beto Richa provar que não deixa o rancor aflorar, como anunciam seus slogans.
Vitória de Pirro
As cabeças premiadas do governo do Paraná imaginaram a fórmula para conseguir mais recursos para a segurança. Só não lembraram da lei de física que ensina: uma força gera outra em sentido contrário, mesmo que na política, pouco inteligente. No caso da segurança, a oposição na AL, mais o TJ que tantas decisões políticas já produziu, cortar os recursos foi armar ainda mais os bandidos.
Mudança esperada
A mudança já era prevista: Durval Amaral deixa a Casa Civil do governo Beto para disputar a vaga aberta no Tribunal de Contas com a aposentadoria de Heinz Herwig. A solução para sua substituição veio internamente: o competente Luiz Eduardo Sebastiani deixa a Secretaria de Administração e vem assessorar o governador mais de perto. Muda do Palácio das Araucárias para o terceiro andar do Iguaçu.
Em choque
A vaga que deixa na Secretaria de Administração, disputada por muitos, será ocupada pelo atual Diretor Geral, Jorge de Bem. Fica bem para todos. Especialmente para Sebastiani, hoje considerado um dos nomes mais fortes do atual governo. Desde quando Beto era prefeito curitibano.