Fugir para onde!
Tendo assessorado alguns dos nomes que este Paraná desde 1960 produziu, o colunista pode afirmar que já viu de tudo. Pode assim afirmar que não há novidade na política estadual. Nada que não tenha visto. Para o bem e para o mal. Até porque a política é construída por maus, mais que os bons. Estes por vezes nela entram imaginando dar sua contribuição para que mude. Esquecem-se de um detalhe: o corporativismo que vinga em todas as corporações leva à acomodação. Quando não, pela preocupação de não ser apontado como dedo duro. O leitor e ouvinte que acompanham nos jornais e rádios, dependendo das tendências, até mais que nas tevês, cooptada pelas verbas governamentais, o dia-a-dia da política, anda descontente. Chega a pensar que morar em Guaraqueçaba, fundão da baia de Paranaguá, seria um refresco para a mente e em conseqüência para a vida. Ledo engano! O local já está acessível aos sons de rádios, imagens de tevê, e até a poucos exemplares de jornais que relatam os problemas vividos pelo país. Além do que tem prefeitura e câmara. Não adianta fugir. As mazelas o alcançam. Assim se estará sabendo que uma cachoeira de malfeitorias estará acontecendo no país, com os órgãos encarregados de denunciá-las, por razões diversas omitindo-se: dá-se conta da extensão de seus tentáculos através denúncias da imprensa que, hoje, órgãos do governo tentam calar. As estruturas dos três poderes que compõem um país democrático são viciadas. Construídas através a pressão de elites político-econômicas que as transformam em elites só políticas, como confirmam a sobrevivência dos Sarneys, Renans e outros que continuam a infernizar a vida dos brasileiros. Nesse ambiente, outro poder, a importante imprensa quando não comprometida, viceja.
Discriminação repetida
A história se repete! Mais uma vez como farsa! Não fora este um estado que sempre deu muito mais do que recebeu da União (no caso do tratamento que se dá ao Paraná, união, com letra minúscula). Dos R$ 5 milhões (escreveu-se aqui, 5 milhões, não os bi com que se contempla em Brasília os amigos do rei (ou da rainha)) anunciados para os municípios atingidos pela seca, nem um tostão chegou. Considerando-se que estamos num limitante ano eleitoral, nem chegará mais.
Vendas a menos
Não é pessimismo de cronista. É a realidade. A expectativa do comércio nas compras do Dia das Mães, vai cair 3%. No início de maio de 2011, a expectativa de 59% dos empresários seria de que as vendas aumentariam. Agora, 56% acreditavam nisso. Mesmo com a redução dos juros. O mau humor mundial talvez não respeite nem o otimismo dos governantes nacionais.
Semelhança
Não são poucos os que estão comparando o período da presidente Dilma com o de Collor de Mello. Não no aspecto corrupção, com a qual a presidente parece não pactuar, muito embora mais condescendente com as denúncias contra seu amigo Fernando Pimentel. A comparação se deve à mexida nos valores pagos pela caderneta de poupança no início do governo do paulista/alagoano que pouco durou no mandato.
Memória
A caderneta de poupança, cuja maior vantagem é não pagar IR e sobrepor-se à inflação, afirmavam dias atrás autoridades da economia era imexivel, termo que por sinal remete a um ministro do Trabalho do período Collor que também justificava, quando flagrado comprando ração com dinheiro público: Cachorro também é gente. (A grande virtude do jornal, diferente de veículos que se auto-deletam é ser o arquivo da memória).
Em choque
A incipiente democracia que se pratica no Brasil, oferece a cada dia um espetáculo diferente. Fruto de uma Constituição que por muito tempo (1987/88) fez a alegria de deputados e senadores que nela inseriram artigos para todos os gostos, até ser alcunhada como Cidadã por Ulisses Guimarães, presidente quase vitalício da Câmara Federal, uma espécie de João Carlos Derosso em nível nacional.