Meio caminho andado

O previsto aconteceu. Não com a folga que esperavam os patrocinadores do apoio do PT ao candidato do PDT, Gustavo Fruet. Uma margem de 42,8% dos votos favoráveis à candidatura própria e 57,2% pela coligação. O dado importante foi a ausência de 690 filiados com direito a voto, o que pode significar que o fato de o partido não ter candidato próprio em Curitiba, pela 1a. vez em 32 anos, não agradou a petistas de 1a. hora. Resta saber se o número apertado para escolha dos 300 convencionais que apontarão o candidato a ser apoiado, poderá se refletir no nível de apoio que os derrotados darão ao partido na eleição. Poderão fazer o que acontece no PT de São Paulo, onde Marta Suplicy ainda não descruzou os braços em apoio à candidatura imposta por Lula, em detrimento de seu nome. Até agora não teve uma palavra em favor de Fernando Haddad. Verdade que aqui, os pretendentes a candidato, Tadeu Veneri e Dr. Rosinha que se uniram para tentar derrubar a tese da aliança, deixaram claro que o vencedor terá o apoio de todos. Dr. Rosinha  ainda não jogou a toalha. Entende que entre os 300 petistas que escolherão o candidato, como a ala gustavista terá direito a indicar 172 nomes, se conseguir cooptar 23 votos, reverterá o quadro. Ocorre que no grupo vencedor há nomes importantes em termos partidários a apoiá-lo: ministros Gleisi e Paulo Bernardo, Ângelo Vanhoni e outras lideranças. A missão a que Dr. Rosinha se propõe, com apoio de Tadeu Veneri, não será fácil. Mais difícil será para Gustavo, não obstante  a simpatia que gozava na classes A, B e até parte da C, ao início, convencer a todos que tudo que falou do PT e seus governos, durante sua militância no tucanato,  era apenas questão política. Nada que não possa ser revertido.

Assunto incômodo
Uma coisa ficou visível durante a votação de domingo: onde quer que os ministros paranaenses apareçam, a par da campanha de Gustavo Fruet, a se confirmar na convenção do final do mês a vitória dada a ele, outro assunto os estará incomodando pela curiosidade da imprensa: a CPMI do Cachoeiragate.

Pela tangente
A ministra Chefe da Casa Civil saiu pela tangente. Não estou acompanhando este assunto. O Congresso está preparando uma CPMI que acredito será o espaço ideal para discutir eventuais problemas desse processo. Como se todos os assuntos de governo não passassem pela sua mão.

Mais explícito
Já o ministro Paulo estendeu-se em considerações, aparentemente tentando mostrar que a empresa Delta, cujo crescimento começou no governo exatamente no momento em que ele exercia o Planejamento,  não é responsabilidade só do governo federal. Ela conseguiu contratos no governo por licitações. Ela toca obras em Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro.

Em choque
Sua conclusão porém é de que a verdadeira ligação entre a empresa e o grupo criminosos do bicheiro Cachoeira, precisa ser esclarecida para o bem do país. Em todo caso, para ele, Gleisi e mais gente do governo, assunto incômodo. Que se aprofundada a CPMI, a cada dia ficará mais.

Iniciada a investigação o assunto poderá fugir ao controle de governistas, com respingos igualmente na oposição.

Olhando
Há informações de Brasília de que o presidente licenciado do PMDB, vice-presidente Michel Temer, estaria se afastando da possibilidade de apoiar Greca em Curitiba. Teme (sem trocadilho) que ao fundo seja uma jogada de Requião para num segundo turno apoiar Luciano Ducci.

Longe
O fortalecimento do PSB de Ducci e seu presidente nacional governador pernambucano, Edurdo Campos, potencial candidato à presidência da República. Situação que não interessa ao PMDB que se sente confortável na vice-presidência da República com Dilma que certamente tentará a reeleição. Além disso a hipótese Greca também não interessa ao PMDB daqui, refestelado no governo Beto, que lhe caiu no colo.