Empurrando com a barriga

 A crise viajou, disse o então senador pelo PMDB, Fernando Henrique Cardoso, no governo de José Sarney (1985/1989). A situação se repete. Com  Dilma no exterior e o vice, Michel Temer, idem, Marco Maia, presidente da Câmara assume. Tenta botar água fria na fervura mas não colocará nenhum dos projetos polêmicos em votação. Assim, Código Florestal e Lei Geral da Copa ficam na prateleira até a volta da presidente e o fim da Semana Santa, que ninguém é de ferro! O governo que se vê às voltas com uma rebelião nos Legislativos vai ter que provar se é real a sua aparente convicção de mudar as coisas. Claro que se bater os pés, a velha submissão volta. Afinal, na democracia que se vive por aqui, legislativo existe para referendar o que os executivos mandam. Quem for contra é tratado a pão e água. Ai de quem se atreve a enfrentar os humores presidenciais que, ao contrário da afirmação feita pela presidente Dilma à Folha, perder ou ganhar votações faz parte do regime democrático, irrita-se com reações adversas. Já é conhecido de todos o seu estilo de reação às contrariedades. O que a faz temida, quando líder tem que ser respeitado. Em todo caso, com o desgaste a que tem sido permanentemente submetida a classe política, somado a recentes situações envolvendo  o Poder Judiciário em seus vários níveis, o Executivo fica mais forte. Daí a grande aprovação do governo, e até a avaliação pessoal da presidente Dilma. Reflexo de medidas tomadas no ano passado, quando defenestrou alguns ministros suspeitos de manipulação dos recursos públicos. Ali ganhou espaço, em meio à descrença geral. Patrimônio que ainda acumula e que pode ser usado inclusive para enterrar os poderes concorrentes.

Democracia em risco

É preciso porém lembrar que, sem eles, não haverá democracia. Mesmo que a incipiente praticada por aqui, começada desengonçadamente com a eleição de um presidente que morreu e a ascensão de outro que até alí, representava a ‘oligarquia militar que dominava o país’. O que começa errado, vai errado até o fim! Espera-se que desta vez o dito popular não se concretize.

Luta inglória

A campanha política pela lei, só começa depois das convenções partidárias em junho. Quem se der ao trabalho de olhar, verá que na prática, para os atuais detentores de poderes municipais e seus apoiadores estaduais, a campanha é permanente. Recursos em penca e obras em profusão. O que transforma a eleição municipal em luta desigual.

Voz calada

As denúncias que hoje atingem o senador Demóstenes Torres, por conta de sua amizade agora comprovada com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, cria um grande constrangimento, afirma o senador Álvaro Dias. Para ele, é preciso aguardar a conclusão mas, a situação demonstrada em inquérito, cala uma das vozes mais fortes e autorizadas da oposição. Resta o Álvaro, praticamente falando sozinho.

De novo

Não será surpresa, até por que ele mesmo admite isso, se o senador Roberto Requião, repetindo um gesto feito por ele e Osmar Dias no governo de Jaime Lerner, procurar criar obstáculo a um financiamento internacional pleiteado pelo governo do Paraná que  obrigatoriamente passa pelo Senado. Na época bloqueou por longo tempo financiamento japonês, do qual a Sanepar, posteriormente, já em seu período, beneficiou-se.

Crise no Porto

Se o Porto de Paranaguá tivesse o know how em exportações que tem na criação de problemas internos, o volume exportado seria ainda maior. Mais uma vez, depois de um período administrado por Eduardo Requião em que viveu aos trancos e barrancos, a mais importante unidade portuária do Paraná passa por crise. Aparentemente de fundo político.

Em choque

Se já não faltassem problemas ao governo Dilma, a Comissão de Ética da Presidência vai aprofundar investigações sobre seu ministro in pectore, Fernando Pimentel. Como Palocci, recebeu milhões em consultoria privada.