Corrida do tempo

Um dos instrumentos  criados pela Justiça Eleitoral nas campanhas realizadas no Brasil é o impropriamente chamado programa  eleitoral gratuito. De gratuito não tem nada pois o tempo a ela concedido pelas rádios e teves é abatido nos impostos que deveriam recolher. Sendo assim quem paga a conta é o mesmo de sempre: o contribuinte que inclusive em grande parte abomina a interrupção de seus programas favoritos, para assistir, se lhe convier, uma enxurrada de promessas que sabe raramente serem cumpridas. Promessas e mais promessas, algumas descabidas, quando não ridículas, ocupam tal horário que hoje enfrenta uma opção imprevista: as programações de TVs fechadas, que esqueceram de incluir na obrigatoriedade. De qualquer modo, os segundos ou minutos destinados a cada partido são disputados a tapa, expressão republicana para não identificar a verdadeira origem dos acertos que o inteligente leitor já intuiu qual seja. Não por acaso a preocupação no momento em Curitiba,  dos possíveis candidatos, é somar apoios; acrescentar ao tempo de seu partido os segundos ou minutos de que outros disponham. Sabem eles, como o próprio Ratinho Jr. reconhece, serem necessários pelo menos 4 minutos para viabilizar uma candidatura. Luciano Ducci já contabiliza como certos os apoios do seu PSB, mais PSDB e PSD. O Democrata mesmo sem conseguir a vice do atual prefeito, optará  pela fidelidade a Beto Richa. Só o PTB, tido como apoio certo aqui, nos acertos que ocorrem em Brasília,  namora  o PSC de Ratinho Jr.. Gustavo Fruet precisa do tempo do PT, sem o que fica limitadíssimo. PPS e PV, para ficar nos mais significativos, ainda não se definiram. Muita água (de preferência ‘em espécie’ e sem nota) ainda vai correr por baixo da ponte.

Candidatura …

Na matéria acima um nome foi omitido: Rafael Greca do PMDB. O mínimo que o partido pode fazer depois que cooptou esse político descendente do clã  Lerner, é conceder-lhe legenda para disputar. No que depender de Requião e seus lugares-tenentes no Diretório Municipal curitibano, deputado João Arruda e Doático Santos, posição garantida. Com 7 nada desprezíveis minutos para descarregar sua fluente e agora cáustica oratória, aprimorada no convívio.

…(supostamente) garantida

Não por acaso reunião festiva do PMDB é marcada para Curitiba com o significativo título de Encontro Nacional pela candidatura própria. Com as presenças confirmadas do vice-presidenre da República,  Michel Temer e senador Valdir Raupp. Dia 19 de março, às 18 horas. A menos que os argumentos de vários deputados estaduais convençam Requião a passar uma rasteira no ex-desafeto, hoje amigo in pectore. Rasteira que já o fez afastar-se do grupo lernista.

Aí tem!

Coincidência ou esperteza: quando se anuncia que a Câmara de Vereadores de Ponta Grossa é obrigada por exigência da Justiça a reduzir o número de cargos comissionados, superior ao de concursados, vereadores aprovam reajuste de salários em 25% para o próximo mandato. De R$ 7,4 para R$ 9,3 mil. Além de um aumento de 15 para 23 cadeiras, o que dá esperança à maioria de que  será reeleita.

Assunto explosivo!

O deputado Fábio Camargo, discutindo a decisão do TJ do Paraná que invalidou a CPI das Falências,  presidida por ele, pode levar o assunto ao  CNJ, cuja atuação tem alcançado notoriedade nos últimos tempos. O pedido de prisão preventiva de três administradores de falências que eram investigados pela CPI,  está em análise analisado em instâncias do MP estadual.

Em choque

As composições pré-eleitorais desnudam o valor sonante dos apoios de partidos que, criados com a pretensa intenção de defender causas, se transformam em balcão de negócios. Houvesse a obrigatoriedade de apresentação de candidatura própria de todos eles, em eleições majoritárias, com seus segundos no horário eleitoral não mais vendidos,  pelo menos  20 deixariam de existir.