Apertando o cerco

A nova decisão do TSE  ampliando as exigências de ficha limpa para participação nas disputas eleitorais já começa a trazer preocupação, especialmente àqueles personagens que em algum momento tiveram contas de suas participações na vida pública desaprovadas. Embora ainda protegida pelo sempre presente cabe recurso, uma das formas nas legislações brasileiras de nunca darem forma definitiva às decisões que, como essa, poderão acabar no Supremo (quando acabam!), desta vez é menos provável a aposta. Quem em são consciência, atingido pela medida, arriscará colocar seu rico dinheirinho numa campanha indefinida!? Vitorioso, pode ser alcançado por uma revisão posterior que lhe casse o mandato! Daí também as manifestações de juristas especializados em legislação eleitoral, que já começam a espocar. Acostumados a defenderem situações tidas como indefensáveis, confiantes inclusive no rito lento da Justiça que chegava a definições quando já não havia mandato a punir, vêem eles hoje, como o aumento do cerco aos fichas-sujas, reduzir-se a sua clientela. Em princípio, em nível nacional serão, grosso modo, pelo menos 21 candidatos a menos. No Paraná os números ainda não foram contabilizados na medida em que fazem parte desse universo acima. Algumas alterações no entanto já estão visíveis, inclusive com prefeitos que já avaliam o risco de tentar reeleição. Uma revolução nos maus usos e costumes eleitorais que levaram a política brasileira a um alto grau de descrédito. Mal comparando, se uma imagem fotográfica pudesse ser feita à partir dessas decisões que infelizmente tardaram a ser tomadas, no eterno jogo de a quem ela deveria pertencer, Legislativo ou Judiciário, a Lei da Ficha Limpa se assemelharia à dispersão que a polícia paulistana fez na cracolândia, em São Paulo. Não acabou mas já dispersou!

 

Agitando o …

Personagem central na briga que se esboça na bancada do PMDB, descontente com o tratamento periférico recebido e as investidas do PT para dominar o cenário municipal brasileiro onde os peemedebistas ainda detém maioria, o senador Roberto Requião mais uma vez voltou a denúncia feita durante seu governo, contra Bernardo Figueiredo e o ministro Paulo Bernardo.

 

…Plenário

Situação que  valeu uma ação contra ele movida pelo ministro, agora da Comunicação. Ocorre que Bernardo Figueiredo que ocupa a direção geral da ANTT, é candidato a permanecer no posto, o que depende de aprovação do Senado. A postura de Requião, reforçando a denúncia anterior de lobby com suposto ágio de 350%, transferiu a votação para a próxima semana.

 

Medida reclamada

A expectativa é grande em relação ao compromisso assumido por Beto Richa e seu comando  da área de segurança, quanto à implantação das Unidades do Paraná Seguro, nas principais cidades do Estado. Especialmente na região oeste, porta de entrada de drogas e armas, a medida é recebida com alívio. Combate a esses males é uma luta que toda a sociedade regional sempre reclamou.

 

FOLCLORE POLÍTICO

Uma estorinha do tempo de sêo Manoel Ribas, que durante quinze anos no período de Getúlio foi Interventor no Paraná, sucesso no livro de folclore deste escriba, é lembrada quando se fala em cargos públicos sem nenhum benefício, movido apenas pelo QI: Quem Indica. E como existem, especialmente em Brasília! Um amigo de Ribas vivia a pedir um emprego para seu filho. Mais uma abordagem com o mesmo pedido, no dia seguinte Ribas ao Palácio e determina ao Chefe de Gabinete: Avisa o (fulano) que o filho dele vai ser nomeado pianista do Palácio! No dia seguinte o pai aflito procura o Interventor: Ribas! Você vai nomear meu filho mas ele nem sabe abrir um piano! Ribas tranqüilizou-o: Não se preocupe. No Palácio não tem piano.