Ao trabalho!

Não é por falta do que fazer! Simplesmente pelo fato de na área oficial o Carnaval durar mais. Os poderes da República são sempre os últimos a descerem dos trios elétricos. Só a partir de segunda-feira começa de vez o ano de 2012. Na agenda do STF, por exemplo, à espera de uma decisão, um caso que lá está desde 2007. ‘Ameaçam’ Suas Excelências que neste ano o mensalão chegue ao fim! Não é de somenos: são 38 – eram 40 – os acusados de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato. Gente de alto coturno, bem apadrinhada por grandes escritórios de advocacia. Inclusive alguns aqui da terrinha. No Congresso a Lei da Copa está sendo cobrada pela Fifa, a ponto de condicionar a vinda ao Brasil nos próximos meses do presidente da entidade, a sua aprovação. É o que dá o governo Lula ter aceito tudo que ela exigiu para garantir o Brasil como sede da Copa. Já lembrava meu velho pai: quem se abaixa demais deixa as ‘partes pudendas’ à mostra (a expressão era outra). Também a discussão sobre o Pré-Sal depende de definição de Câmara e Senado. No Executivo federal a Comissão da Verdade, festejada quando de sua criação, agora provoca reações  em áreas sensíveis ao assunto. Deveria trazer à luz situações ocorridas nos porões da ditadura mas, igualmente, excessos cometidos pelos contra-revolucionários. Assunto que causa frio em  mãos que preferiam que o Carnaval não terminasse. Sem contar outros temas que repousam nas gavetas de executivos e legislativos, sem interesse em trazê-los de volta à discussão. Nesse rol estão as reformas, a começar pela mais aguda: a Política. Passando pela Tributária que mexeria em interesses difusos. Uma reforma bem feita, dividindo recursos, transformaria o país numa Federação. Os impostos, contribuições,  deixariam de ter Brasília como mão única.

 

Esforço extra

O abacaxi ficou nas mãos do secretário Luiz Eduardo Sebastiani (Administração). Em seu regresso da Bahia o governador Beto Richa encarregou-o de examinar até onde o estado pode ir no aumento salarial aos policiais que não aceitaram os 23 e 26% propostos. Tudo para evitar uma paralisação desastrosa!

 

Contradição

Se a Justiça decidir favoravelmente ao PSD que pleiteia participação na verba do Fundo Partidário por contar agora com 40 deputados federais, estará caindo em contradição. Foi ela mesma que decidiu que os mandatos pertencem aos partidos. No caso, partidos pelos quais tais deputados foram eleitos. Não pela nova agremiação de Kassab.

 

Bom argumento

Um argumento na pressão que agora se exerce para que os vetados pela Lei da Ficha Limpa a disputarem eleições, não possam ser nomeados para cargos em comissão, procede. Para o deputado paranaense Sandro Alex (PPS)  a sociedade não gostaria de ver em cargos do governo aqueles que não podem se candidatar por causa de irregularidades ou ilegalidades.

 

Redução…

A Câmara de Ponta Grossa tem um problemão nas mãos: terá que demitir assessores comissionados que são maioria (75), ultrapassando o número de funcionários concursados (33). Decisão liminar de juiz local, baseada em decisão do STF julgando situação idêntica de Blumenau, exige a redução.

 

…exigida

Para o vereador Maurício Silva (PSB), presidente da Câmara pontagrossense, cabe recurso. Situação igual, baseada na súmula do Supremo, vivem as câmaras de Maringá, Londrina e Foz que sofrem questionamentos dos MPs locais.  Na contra-mão dessas decisões, câmaras aumentam o número de vereadores baseadas em votação do Congresso. Sob protestos de suas populações!

 

Em choque

Efeito imediato: no Rio de Janeiro o prefeito Eduardo Paes nomeou o defenestrado ministro Carlos Lupi para assessorá-lo, promovendo a interação de sua administração com o governo federal. Com a reação negativa em função da aprovação da Ficha Limpa, tratou de voltar atrás. Lupi fica sendo  o primeiro político morto no combate moral.