Revanche
Com os muitos anos de vivência no jornalismo e na política, algumas conclusões são possíveis. No Paraná por exemplo, sobre tudo que se viu nestes muitos anos uma certeza: o prestígio que o ex-governador Jaime Canet Jr. goza ainda hoje com quem conviveu com ele, deve-se muito à seriedade com que tratava a coisa pública, à sua capacidade empresarial transformada em obras, à responsabilidade com a palavra empenhada e, detalhe fundamental: embora respeitasse adversários, seu compromisso primeiro era com os companheiros. Coisa que hoje está em desuso como as palavras que o jornalista Aroldo Murá está reunindo. É preciso lembrar aos que detém o poder que, adversários atraídos por interesses eventuais momentâneos não significam certeza de apoio permanente. A eleição de Curitiba será a prova. Baseados nas pesquisas, os companheiros de ontem, que por anos carregaram o fardo da oposição a um governo duro, hoje obrigados a dividir os bônus com os que antes já o usufruíam, e agora se bandearam, terão opções. Se apenas confirmadas as três principais candidaturas, vai ser uma das eleições mais disputadas de Curitiba. Os adesistas ao governo (parte do PMDB) não virão com tudo. Até por que o principal líder, até ontem, não apoiará o candidato dos governos (estadual e municipal). E essa quarta força, se confirmada a candidatura de Greca apoiada por Requião, embora hoje não represente um perigo direto, o será indiretamente: conhecedor pela origem lernista, como poucos, da cidade cujo comando disputará, certamente como o maior crítico do modelo que hoje se vivencia na capital. Garantindo um segundo turno em que tudo poderá acontecer. Inclusive, companheiros da primeira hora, hoje relegados, mudando de posição. Traição! Não. Revanche!
Detalhes sutis
Um detalhe importante a ser analisado. Embora Beto tenha atraído a seu redil algumas ovelhas antes pastoreadas por Requião, quem tem voto em Curitiba, se analisada apenas a perspectiva eleitoral, não são os líderes dessa facção peemedebista. Greca é mais eleitor aqui que outros peemedebistas que hoje gozam grande prestígio junto ao novo poder. Uma derrota de Beto aqui, agora, pesará em seu futuro.
Voto certo
A propósito de futuro: a nova presença de Aécio Neves, desta vez com chapéu panamá distribuído pela Coopavel às autoridades presentes ao Show Rural, ao lado de Dilvo Grolli, presidente da importante cooperativa e promotor da grande festa rural e do governador Beto Richa, prova que se primarias forem realizadas pelo PSDB, como propõe o próprio Beto, seu voto já está definido.
Oposição dura
O paranaense Rubens Bueno, deputado e líder do PPS na Câmara Federal, tem marcado sua postura por oposição permanente ao governo da presidente Dilma (anteriormente ao de Lula). Na última vez que o Roberto Jefferson disse ter alertado o governo sobre uma falcatrua, eclodiu o escândalo do mensalão. Agora o caso envolve uma área de suma importância para o país, a Casa da Moeda (ao fundo o mesmo Jefferson – PTB), afirma ele.
Aecista convicto
Acoplando-se às declarações de FHC, o governador Beto Richa coloca suas fichas na candidatura de Aécio Neves à presidência. Sua trajetória política, sua história de vida o credenciam a ser um grande candidato à presidência da República, afirmou.
A quem chamar?
A cada vez que um ministro cai um substituto do mesmo partido é chamado; como nem o ministro Mantega, nem o comando do PTB assumem responsabilidade sobre a indicação de Luiz Felipe Denuci à casa da Moeda, a quem a presidente chamará?
Em choque
Não por acaso se critica a diplomacia brasileira pela condução que dá, desde o governo anterior, à política externa brasileira. Lula dava uma no cravo outra na ferradura. Dilma parece seguir pelo mesmo caminho. Depois de uma visita a Cuba, que rendeu muitas críticas por ficar em cima do muro no item direitos humanos, uma visita a Barack Obama está agendada para 9 de abril.