Desequilíbrio
Um projeto importantíssimo aguarda os deputados federais, nesse reinício de trabalhos legislativos: a mudança nas regras da previdência. Tudo por que os dois regimes hoje em vigor geram distorções extraordinárias. Enquanto a mesma previdência que é oferecida aos servidores públicos, cerca de 1,1 milhão aposentados, gera um déficit de R$ 52 a 56 bilhões, a mesma previdência beneficia 25 milhões de trabalhadores com um déficit de R$ 35 bilhões. Fica bem visível que se trata de situação insustentável. Para uns, da iniciativa privada, o limite do INSS hoje em R$ 3.912,20. Para os funcionários públicos, aposentadorias integrais. Mesmo com o governo oferecendo uma contrapartida de 8,5%, a mais em relação ao limite do INSS, os novos funcionários públicos poderão pagar uma contribuição maior que os 11% atuais para um fundo, para garantir uma aposentadoria melhor. Direito que é negado ao trabalhador comum. Ainda assim o projeto encontrará dificuldade para ser votado na Câmara, tal como está. O poder de pressão da Confederação dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Federais, que encabeça a reação junto aos parlamentares, é imenso. Nos estados a situação não é diferente em relação às previdências funcionais. No Paraná por exemplo, que tem hoje talvez o melhor sistema previdenciário – Paraná Previdência – a situação está longe de ser tranqüila. Até por que o próprio governo que a implantou ao tempo de Jaime Lerner, nunca cumpriu com a sua parte na sustentação do sistema: a dívida do governo com o órgão é milionária.
Em desuso
Um dos mais competentes jornalistas do Paraná, que escreve sua coluna num dos veículos que também insere esta coluna, lançou uma campanha que está recebendo centenas de colaborações. O admirado professor Aroldo Murá está recolhendo palavras em desuso, uma ideia deliciosa. No nosso caso podemos afirmar que sentimos orgulho em escrever numa página parede-meia com a dele.
Reflexo
Os contatos da coluna com prefeitos e candidatos da Região Metropolitana de Curitiba está apontando para um tipo de preocupação. Uns vêem as perspectivas da eleição curitibana com otimismo, pelo reflexo que podem ter em suas próprias candidaturas. Outros têm preocupação com eventuais prejuízos a que estarão sujeitos na medida em que seus correligionários da Capital, diminuam.
Canarinho na muda
Os jornalistas curitibanos, acostumados desde o ano passado com as mudanças promovidas pelo presidente Valdir Rossoni na Assembleia e sua permanente disposição em não se furtar a contatos com a imprensa para justificar tais medidas, estão tentando entender o atual silêncio do parlamentar. Especialmente agora que recebeu de volta o comando estadual do PSDB de Beto, que deve se dedicar integralmente ao governo.
Show anual
A intensa movimentação de políticos no mega-evento promovido anualmente pela Coopavel, Show Rural, este ano aberto pelo governador Beto Richa e pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, além de servir como termômetro para os prejuízos do agronegócio neste início de ano, em função da estiagem, traz novidades políticas.
Candidaturas
Uma delas proporcionada pelo presidente da Itaipu Binacional, Jorge Sameck. Informando que no decorrer da semana estará com a presidente Dilma, condiciona seu futuro à decisão dela. Se desejar que dispute a prefeitura de Foz do Iguaçu o fará com o maior entusiasmo. Outro intensamente questionado sobre sua possível candidatura a prefeito de Cascavel, deputado federal Alfredo Kaefer, não abriu o jogo.
Em choque
Duas injustiças federais que precisam ser corrigidas: a obrigatoriedade de pagamento do seguro obrigatório pelo proprietário de carro que já tem seguro total; a correção do Imposto de Renda abaixo da inflação. Num país em que se paga imposto demais, a correção deveria ser pelo menos 5 pontos percentuais acima da inflação oficial.