Cereja do bolo

Com a movimentação já demonstrada pelo deputado Ratinho Jr. que jura de pés juntos que não abre mão se sua candidatura, as dúvidas nas outras decisões começam a ser movimentadas. No PT, único partido, afora aquelas legendas fundadas para atender o interesse de alguns, o pessoal da base insiste em ser ouvido. Não por acaso cada disputa acaba se transformando numa grande briga interna. Como ocorreu quando Gleisi, em 2008 quis disputar a prefeitura de Curitiba. Teve que enfrentar a resistência do mesmo grupo que hoje tenta emplacar Tadeu Veneri como candidato. Acrescido agora da tendência liderada pelo Dr. Rosinha, também candidato a candidato. Naquele ano, Gleisi teve 54,3% dos votos petistas e Tadeu, 45%. Dá para ver que mesmo com Paulo e Gleisi, ministros, e outros nomes  fortes do PT nativo, Gustavo Fruet não, pode imaginar como favas contadas o apoio do PT. Na área oficial as medidas começam a ser tomadas. Para ficar livre e se necessário até se afastar do governo no apoio a Luciano Ducci, como seu pai fez em 1985 para eleger Requião prefeito (se arrependimento matasse!), Beto já devolveu a presidência do PSDB a Valdir Rossoni. A situação fica cada vez mais à feição para o único partido que nesta altura, por não ser centro, nem esquerda, apoiando igualmente o governo, sem ser governista, pode pender para qualquer lado: o PSD de Ney Leprevost. Que por sinal aparece hoje como a cereja do bolo. Cortejado por Gustavo, Ratinho e Luciano, com todos o querendo como vice, Ney pode se dar ao luxo de esperar os acontecimentos. Uma quase certeza: se três forem os candidatos, Ducci com apoio da sua máquina e do estado;  Fruet com o PT e a máquina federal e Ratinho com alguns pequenos partidos e o pre$tígio de seu pai, ninguém leva no primeiro turno. No segundo $ão outras conversas!

Se fosse moda aqui!
Nos EUA, as despesas pessoais dos habitantes  da Casa Branca, residência oficial da família Obama, são pagas pelo próprio. Sem verba oficial. Se fosse assim aqui, nos  junhos passados o salário de Lula ia todo nas festas juninas da Granja do Torto. Na do Canguiri, o salário do governador não cobriria as despesas com os cavalinhos. Os policiais que os atendiam, esses tinham direito a soldo.

Quilometragem alta
Matéria veiculada no final de semana levantou os gastos de deputados estaduais. Especialmente com gasolina e refeições, nas contas de parlamentares que tem suas bases no interior. Os finais de semana desses, são dedicados a viagens para contato com as bases. Gente como Nereu Moura (PMDB) que tem 64 municípios para visitas permanentes, Elio Rusch (DEM) com 51 e outros nesses níveis, simplesmente não param em casa.

Sono, afinal!
As repercussões da apertada votação de quinta-feira, quando os direitos do CNJ de fiscalizar atuação de juizes e desembargadores foram mantidos, continua. A frase da corregedora do CNJ, Eliana Calmon, que praticamente detonou a crise no Judiciário com a afirmação de bandidos de toga, foi deliciosa. Acompanhando com emoção, voto a voto, ao ver vitoriosa a defesa do CNJ, foi questionada sobre o que iría fazer: Vou dormir. Há três meses não durmo!.

DNA do poder
Governo não tem folga. Quando se pensa que tudo vai caminhar para a normalidade, surge mais um caso: a queda do presidente da Casa da Moeda, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda. Com o atual critério de indicação para ocupação de cargos, o ministro Mantega apressou-se a lembrar que a indicação foi do PTB. Agora ninguém quer ser o pai da criança.

Em choque
Com a oposição querendo convocar Guido Mantega para depor, com o vazamento de que já existiam informações anteriores sobre as movimentações financeiras da família de Luiz Felipe Denucci, todo o governo se mobiliza para evitar o depoimento. Para sorte do governo, o calor do Carnaval vai ser oportuno para esfriar os ânimos.