“Como é que eu vou comer?”

Miséria maior é não saber que tem riqueza.

A riqueza de não precisar dela.

A riqueza de ser digno da

 própria riqueza, a da

riqueza sem ser rico,

só rico de dignidade

 que pode ser

 dada sem

 perdê-la

 de si.

Estive Nólocal (b.d.C.)

            Além da indagação como é que eu vou comer?, disse ela, ainda, Como é que vou beber? Como é que vou calçar? E, para quem tomava conhecimento, já poderia bastar para a indignação, ela declarou mais o seguinte: E cabelo, maquiagem?.

            Graças ao Jornal O Estado de São Paulo a notícia se espalhou feito rastilho de pólvora. E imediatamente outros meios de comunicação registraram, mais do que o mesmo fato, a reação da opinião pública, indignada.

            E eis que ela, que alegou ser o trabalho dela análogo ao de escravo, desistiu diante da pressão da opinião pública. E não veio imediatamente dar alguma satisfação.

            Irá continuar no cargo. Ao menos por enquanto. Se tivesse vergonha não teria pedido o que pediu. Nem proporcionaria desarranjadas desculpas.   

            Se tivesse vergonha, deveria demitir-se.

            Mas prosseguirá, sabe se lá até quando, como ministra dos Direitos Humanos.

            Luislinda Valois recebe mais de 30 mil reais e queria acumular tais ganhos com a de ministra, para ter na conta dela mais de 60 mil reais, o que é proibido pela Constituição Federal.

            Não é qualquer pessoa, embora seja a partir de agora uma pessoa qualquer, que menciona trabalho escravo – nem dá pra comer – mas é uma ministra, ela que deseja mais do que direitos, deseja direitos a mais e para ela.

            Desembargadora aposentada entrou para o governo Temer quando a pressão sofrida pelo presidente era enorme no início, pois ele não tinha nomeado nenhuma mulher para o primeiro escalão. A qualidade de ser mulher não pode ser dissociada da qualidade de ser digna, sobretudo no desempenho público.

            Caberia, quem sabe, uma pausa ao fora Temer com todas as vaias. Para aplaudir o presidente, desde que ele demita a desafortunada ministra, que não será esquecida pelo ato estúpido e oportunista, ávida pelo dinheiro alheio.

Fases de Fazer Frases (I)

            Nossas razões são ações que motivam.

Fases de Fazer Frases (II)

            Nossos motivos às ações que dão razão.

Fases de Fazer Frases (III)

            Nossas ações motivam à razão.

Fases de Fazer Frases (IV)

            Não espere. Aspire. Inspira à ação. Transpire.

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Restam míseros minutos para enviar o texto ao Jornal. Como acabou o espaço.

Caixa Pós-tal

            Antes eu lia meio sem querer, aí virou costume. Agora não deixo de ler sua Coluna. Sempre boa! É o registro do peabiruense José Antônio de Oliveira Mathias.

Reminiscências em Preto e Branco

            Se fores, leve flores.

            Se fores, deixe flores.

            Sem dores, Dolores.

            Flores para as dores de Dolores

            Dores que as flores são de Dolores.

            Odores de Dolores. Odores das flores.