País difícil para empreender
“Comece de onde você está. Use o que você tiver. Faça o que você puder”
Arthur Ashe, tenista
O Banco Mundial realiza anualmente um estudo chamado Doing Business. Foi lançado em 2002, e examina as pequenas e médias empresas nacionais, analisando as regulamentações aplicadas a elas durante o seu ciclo de vida. Assim, este estudo serve de ferramenta para se medir o impacto das regulamentações sobre as atividades empresariais ao redor do mundo.
Em outras palavras, serve para medir e comparar o que chamamos de ambiente de negócios.
O Doing Business incentiva os países a competir para alcançar uma regulamentação mais eficiente; oferece padrões de referência sobre reformas regulatórias; e serve como uma ferramenta para acadêmicos, jornalistas, membros do governo, empresários, pesquisadores e outros interessados no ambiente de negócios de cada país.
O estudo é realizado em 190 países, e o Brasil vem se destacando em cair ano a ano na posição do ranking. De 121ª. em 2015, 123ª. em 2016, agora aparece na 125ª posição. Se analisarmos somente o quesito facilidade de abrir a empresa, o ranking é ainda pior: 176º.
O tempo que se leva para abertura de empresas é um dos quesitos mais divulgados do Doing Business. Enquanto a média global é de 21 dias, no Brasil passa de 80. Além da peregrinação por vários órgãos e custos pré-operacionais altíssimos, que são os principais entraves do processo. A Nova Zelândia, líder neste quesito, não demora mais que 8 dias para colocar uma empresa pra trabalhar.
Em um país com tantas dificuldades, tanto desemprego e necessidade de melhorar a distribuição de renda, penso que seria lógico investir no espírito empreendedor de seu povo, permitindo que surgissem inúmeras pequenas empresas a cada ano e que elas fossem cada vez mais sustentáveis. Infelizmente, não é o que vemos acontecer.
Parece que nossos governantes, principalmente a nível federal, não estão nem aí com os mais de 13 milhões de desempregados, muitos dos quais poderiam estar empreendendo, gerando seu sustento e deixando de depender de programas sociais.
Em Campo Mourão, estamos atentos ao movimento e importância dos pequenos negócios – já escrevi sobre isso aqui.
A partir do início de 2018, a Casa do Empreendedor será o único ponto de relacionamento do empreendedor com a Prefeitura. Centralizaremos todos os processos de abertura de empresas num único local, de forma que o empreendedor não mais precise se deslocar para entregar documentos, projetos, guias, etc. Entregará os documentos na Casa do Empreendedor e retirará o processo pronto no mesmo local.
Essa mudança nos permitirá avaliar e melhorar o processo, pois teremos todas as informações sobre os gargalos que porventura existirem. A partir daí, prosseguiremos com a desburocratização e agilização. Acreditamos que podemos criar um ambiente mais favorável ao empreendedorismo em nossa cidade.