SEM UM BOM DIA, O DIA NÃO É BOM?

Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam,

de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.

Machado de Assis

            Independentemente da hora cronológica (ou não) que começa o seu dia, já terá recebido muitas mensagens, entre tantas outras que chegarão na tela do celular, dizeres, luzes, corres, sons, tamanho, de todos os tipos. Novas, requentadas…. Todas desejando um Bom Dia!. Mais, afirmando que de fato o seu dia já é bom, ou só dependerá de você. Mensagens com sol, lindas músicas, tudo de bom, porque o bom é tudo. E você é – ainda que não saiba ou sinta – o bom e o tudo. O dia pode ser – se já não for – o detalhe.

            Até aqui, sem objeção ou ironia, é só relato. Não me incomodo, não reclamo e leio, vejo todas, assim como repasso mensagens que seleciono como as melhores do dia.

            Caro leitor, em nossa conversa, você aí com seu jornal ou diante da tela do computador, celular, imaginemos agora um encontro em pessoa: a sua pessoa com a minha pessoa. Como seria o nosso cumprimento? Que gestos e palavras usaríamos?

            O que me leva a escrever é o que vivenciei em pouquíssimos minutos. Diante de uma pessoa daquelas que enviam muitas mensagens como as citadas acima, repletas de emoção, intenções positivas. Seria natural esperarmos que ela, ao vivo, fosse como espelho, fonte ou reflexo de tais mensagens otimistas. Mas ela nem olhou para mim. Antes fosse só eu o ignorado. Os demais tiveram cumprimento seco, rude.

            Assim findo nosso diálogo: Bom Dia!. Claro que não me refiro ao caro, raro e ocasional leitor. Meu Bom Dia é natural e não carece de imagens sons, que não sejam autênticos.

Fases de Fazer Frases (I)

            Tudo faz sentido quando não existe indiferença

Fases de Fazer Frases (II)

            Toda vontade é desejo. Nem todo desejo é vontade.

Fases de Fazer Frases (III)

            Acúmulo do cúmulo é acumular?

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Vândalos apedrejaram a Unidade Básica de Saúde da Vila Guarujá, em Campo Mourão. Na Coluna anterior o tema principal (BAR-BARIDADE) é o dano ao patrimônio público. O vandalismo, embora sem surpresa, pois são frequentes tais fatos, não devemos ficar indiferentes a criminosa ação desse ou de qualquer outro tipo. Semana que tem mais?

Reminiscências em Preto e Branco (I) – Obituário         

            Seja o som das redações, diálogos, telefones tocando, da digitação, transmissão televisiva ou radiofônica, o barulho da impressão; ou seja o silêncio de todos os meios de comunicação, ambos a significarem a perda, homenagem fúnebre: interrupção ou o trabalho da notícia.

            Manchete, Última Hora, Tribuna da Imprensa, Diário da Noite, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, dentre outros veículos nos quais ele trabalhou com dedicação, ousadia e inovação. Jornalista de talento singular, deixa um legado profissional sério, investigador. Herança de belos textos e de conduta ética, independência jornalística. Foi também professor de Comunicação.

            É ele o pioneiro a refletir sobre a imprensa através dela mesma. Revolucionou o conceito e prática, além do visual de muitos jornais, notadamente o Jornal do Brasil e a Folha de São Paulo. Pioneiro com a criação conhecida de todos, o Observatório da Imprensa. Carioca, morreu na terça passada aos 86 anos, Alberto Dines. Uma de suas colocações: O juízo sobre a informação tornou-se tão importante quanto a própria informação. O território da crítica expandiu-se de forma tão extraordinária que os críticos tornaram-se criticados e a matéria criticada tão importante quanto aquela tida como acrítica. A internet consagrou-se imediatamente como canal alternativo para fugir dos impasses produzidos pelos grupos de pressão na grande imprensa.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

            O Sítio Tá Sabendo noticiou (dia 22) o fechamento da Estação Climatológica de Campo Mourão, ela funcionou por mais de 50 anos. Principalmente para produtores rurais, foi indispensável meio de informação sobre o clima. O Programa Anísio Moraes, Rádio Colméia ampliava a divulgação do tempo, temperatura e previsão. A sofisticação tecnológica atual foi determinante para o fechamento da Estação. Agora é história.

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Por José Eugênio Maciel | [email protected]