As férias do senador ladrão

A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade sim.

Jô Soares

Senador por Roraima Acir Gurgacz (PDT), Fernando Luiz de Lacerda Messere, juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e a promotora Elizabet Helena, ignoraram um dos princípios constitucionais, a moralidade. Do senador condenado no regime domiciliar, do juiz que não viu violação alguma e da promotora que não fiscalizou.

Dependendo de todos eles, o senador Acir estaria no Caribe para gozar férias, na nossa cara!. Vida de ladrão não é fácil, o senador Acir trabalha naquela reputada Casa, depois vai para prisão domiciliar a partir das 22 horas. Ele foi condenado por meter a mão no dinheiro público.

A democracia resiste bravamente, sem cair em completo desalento, o povo se revolta. Bastou a opinião pública tomar conhecimento e a reação foi virulenta pelos meios de comunicação e rede sociais, legítima pressão que levou o ministro do STF – Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes a revogar a sentença ainda na quarta-feira, ao atender o pedido da procuradora-geral da República Raquel Dodge.

O senador rapace, por ter roubado 525 mil de verba pública do Banco da Amazônia, precisava descansar da rapinagem, por 16 dias em um luxuoso hotel da referida ilha.

Sem fixar ordem de atribuições e cronologia, a indignação veemente pública de quem quer que seja ante os poderes públicos, tal protesto é apenas o começo.

É preciso acabar com tamanho escárnio: Como os sérios senadores se sentem em ter como colega um ladrão já condenado? O larápio debatendo e a votar matérias como reforma da previdência? Sem moral alguma! E o PDT, partido do senador Acir, o mantém filiado! Em nome da moralidade pública falta o que para expulsá-lo, vez que condenado em segunda instância. Medo? Rabo preso?

Ao Conselho Nacional de Justiça e ao Brasil devem explicações juiz e promotora. Vale frisar de novo, Senado e PDT podem como devem cassar e expulsá-lo por falta decoro, respectivamente.

Fases de Fazer Frases (I)

Tem quem se interesse mais aparentar mandar na banda do que dançar conforme a música.

Fases de Fazer Frases (II)

Palavra chave a desencadear. Mágica ao truque. Palavra grafada lida em silêncio.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

Moralidade, palavra-chave do tema principal da Coluna hoje, é também o que faltou para quem usou e se beneficiou de carro público da prefeitura de Corumbataí do Sul para ir a um motel em Maringá. O veículo oficial da saúde levou pacientes em tratamento. O prefeito já afastou o servidor, o nome não foi revelado, embora toda a cidade já saiba do ocorrido. Antes que a moralidade seja confundida como moral e moralismo, quem quis ir ao motel, o problema foi com veículo público. Marotagem a parte, vão se foder!

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

A ex-governadora Cida Borgueti terá que arrumar outra fonte de renda, o pedido de aposentadoria dela foi negado pelo governador Ratinho. Coitadinha, após trabalhar arduamente por seis longos meses como governadora, não terá mensalmente – para toda a vida dela – 33 mil reais mensais. Se é preciso citar o fato de terem sido adversários na eleição ao Palácio Iguaçu, importa é que futuros governadores não mais terão embolsado do contribuinte esse dinheiro.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

Ainda sobre o senador ladrão, ou ladrão senador Acir, ele é de família tradicional e rica no Paraná, Cascavel. Quando foi condenado a mais de quatro anos de prisão, se internou no Hospital São Lucas naquela cidade, médicos conseguiram impedir que ele fosse preso, alegaram que o senador estava até de cadeira de rodas. Foi preciso uma ordem do Supremo Tribunal Federal para que a Polícia Federal o prendesse. O luxuoso hotel do Caribe teria cadeira de rodas para o magano.

Farpa e Ferpa

Governo fardado. Governo fadado. Governo são dados.

Reminiscências em Preto e Branco

Novamente lembro da minha saudosa mãe. Foi quando atendi a campainha tocar, três moços moradores do Jardim Modelo. Indagaram se eu gostaria de comprar sonhos. Comprei, agradeci, desejei sorte. Bem criança me tornei apreciador legítimo dos saborosos sonhos que dona Elza fazia. Comentei na família sobre os sonhos. A apenas sonho, recordação.

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José Eugênio Maciel | [email protected]