Produtores da região participam de congresso internacional sobre sericicultura
Sericicultores (produtores de bicho da seda) de pelo menos 17 municípios da região de Campo Mourão participam do 1º Congresso Internacional da Abrasseda e 37º Encontro de Sericicultores do Estado do Paraná. Mais de 4 mil produtores rurais de 221 municípios do Brasil, sendo 173 do Paraná, estiveram envolvidos no encontro. Na região, a atividade é desenvolvida principalmente pela agricultura familiar de pequeno porte.
Na Comcam, 4 municípios foram definidos como pontos oficiais de exibição do congresso, sendo: Araruna, Barbosa Ferraz, Campina da Lagoa e Terra Boa. Nos pontos de transmissão foram respeitados os protocolos e normas de segurança e higiene em relação à pandemia. As palestras, abordaram temas como as boas práticas na sericicultura, proteção do solo com cobertura vegetal, entre outros.
“A importância de se participar de um evento desses é que aprendemos cada vez mais com pessoas que tem conhecimento da área a nível internacional, com novas e modernas tecnologias”, destacou o agricultor de Barbosa Ferraz, Erasmo Bergamin, que participou do evento.
O extensionista do Instituto do Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), de Barbosa Ferraz, Marcelo Agenciano, comentou a importância do congresso. “O evento vem em um ótimo momento, pois todos assuntos são de interesse dos sericicultores e aos poucos vamos voltando a nossa rotina, introduzindo novas ferramentas à Extensão Rural, já que todo esforço tem que ser feito para levar informação ao agricultor. E hoje, essa união Bratac, Secretaria Municipal de Agricultura e IDR – Paraná alcançou isso”, destacou.
O assunto que mais preocupa os sericicultores, são ações no combate a deriva dos defensivos que já estão sendo adotadas pelos órgãos competentes como, por exemplo, maior fiscalização e o georreferenciamento das propriedades que trabalham com a sericicultura no Paraná. A medida facilita o acompanhamento das pulverizações vizinhas e minimização dos efeitos da deriva.
“Esse assunto deve ser tratado com muito zelo por parte da sociedade e principalmente pelos agricultores vizinhos aos barracões de seda, pois as lagartas são animais muito sensíveis e alimentam-se exclusivamente da folha da amora e no momento que há o carreamento e depósito de doses mínimas de defensivos, as lagartas irão se alimentar dessas folhas e se intoxicar”, frisou Agenciano.
Segundo ele, a intoxicação, dependendo da concentração da fase das mesmas e principalmente do defensivo, terá efeito direto na propriedade, onde poderão ser letais, ou subletais nas lagartas, já que elas, em muitos casos não passarão para a próxima fase de suas vidas.“Não sofrerão ecdise, consequentemente não produzindo o casulo, que é o produto final da cultura, ou em muitos casos ocorrendo a morte generalizada das mesmas, causando prejuízo direto aos agricultores”, explicou.
Conforme o coordenador estadual do Programa Sericicultura do Paraná, Osvaldo da Silva Pádua, mais importante que a ação dos órgãos de fiscalização do Estado, a principal ferramenta de combate a deriva, é a conscientização do agricultor vizinho aos barracões. “Pois este decidirá não pulverizar dependendo da velocidade do vento, manterá os equipamentos sempre regulados, quando houver aplicação por avião terá cuidado de até onde essa ferramenta poderá ser usada, entre outros. Acreditamos que já a partir da safra 2021/2022 poderemos diminuir o impacto da deriva em nossos sericicultores”, comentou.