Cidades buscam soluções para animais soltos nas ruas

O apreço por animais é cada vez mais evidente e isso faz com que essa população aumente. Dados do IBGE, de 2015, revelam que no Brasil 44,3% dos domicílios das áreas urbanas e 65% das áreas rurais contam com pelo menos um cão, em contraste com o número de crianças, que, nas cidades, não passa de 38,1%. Ou seja, de modo geral, há mais cães de estimação do que crianças nos lares brasileiros.

Entretanto, junto com o aumento da população canina cresce também a posse irresponsável, fazendo com que muitos animais sejam abandonados nas ruas das cidades, onde se procriam e se tornam um problema social e até de saúde pública. E uma vez criado o problema, sobra para o poder público ou ONGs tentarem encontrar soluções.

Em Campo Mourão, por exemplo, a estimativa é que mais de 15 mil animais estejam nas ruas. A situação fez com que a prefeitura fosse até acionada judicialmente a resolver o problema, que inclui aumentar a capacidade do canil municipal. A solução encontrada pela administração municipal foi terceirizar o serviço. Atualmente, quem cuida do Canil, recolhe animais mortos das ruas e está responsável pelo programa de castração é a Associação Protetora de Animais Independente (PAIS). Para isso recebe cerca de R$ 20 mil por mês.

A solução mais eficaz é a castração de fêmeas e a posse responsável. Temos orientado sobre isso principalmente nas escolas, diz a vereadora Elvira Schen, voluntária da PAIS. Segundo ela, a associação tem um custo mensal entre R$ 20 a 25 mil para pagar desde cirurgias de animais atropelados, remédios, ração para os abrigados e funcionários. Dependemos de vaquinhas, contribuições voluntárias, padrinhos, rifas e assim mesmo temos dívidas nas clínicas, relata a vereadora. Segundo ela, a associação também tem conseguido cerca de R$ 2 mil/mês do Programa Nota Paraná.

Região

Em Quinta do Sol, foi sancionada uma lei que institui o Programa de Resgate de Cães de Rua, que prevê abrigo para animais recolhidos até que sejam adotados. Para estimular a doação, a lei prevê até desconto de 50 por cento no IPTU do contribuinte que levar um animal para casa. Além disso, o município pretende fornecer até uma casinha para o cão, que já vai com a vacinação e assistência veterinária em dia. Em 2017, o município também aprovou uma lei que torna mais rígida a punição para quem abandona ou maltrata animais.

A prefeitura de Mamborê tem um programa de castração e microchipagem de cães e gatos, machos e fêmeas. Para cada animal atendido é feito um cadastro, através de um certificado de microchipagem, onde o setor tem todas as informações e controle de cada animal. Em média 30 animais são atendidos por mês.

O trabalho é executado por duas clinicas veterinárias, habilitadas e contratadas pela prefeitura através de processo licitatório. São investimentos que realizamos para resolvermos um problema que vem de muitos anos em Mamborê, de forma planejada e dentro dos padrões necessários, disse o prefeito Ricardo Radomski.

Em Luiziana a prefeitura também anunciou medidas para controle da população canina das ruas, estimada atualmente em 7 mil animais. Além da castração, a Secretaria da Saúde pretende recolher no abrigo e implantar microchip na hora de fazer a doação. O projeto é também para a população que não tem condições financeiras de fazer a castração, explicou o secretário Vitor Hugo. Ele acrescenta que um outro projeto deverá ser enviado à Câmara que prevê punição a donos de animais com microchip encontrados nas ruas.

Em Roncador a prefeitura vai promover, no próximo sábado, dia 6 de julho, uma campanha de vacinação de esterilização gratuita. Os proprietários devem levar os animais até os locais determinados para a vacinação em fêmeas com mais de seis meses de idade e que não estejam em período de gestação.

A ação será realizada no período da manhã na Praça Central Moysés Lupion e no período da tarde em frente a Unidade de Saúde Felipe Kovalek, no Jardim Anchieta. O objetivo é erradicar crias indesejadas, especialmente em cães do município, esterilizando o máximo possível de fêmeas, a fim de reduzir o número de animais abandonados nas ruas.