Comcam registra 838 casos de dengue e mais 2 cidades enfrentam epidemia

Mesmo com o inverno e as temperaturas mais baixas, os casos de dengue não param de aumentar na Comcam. Da última semana para cá, o número saltou de 733 para 822, ou seja, 89 novos casos. Já as notificações somam 3.335. Além disso, mais dois municípios entraram para a lista de cidades com epidemia: Campo Mourão, com 290 casos, e Terra Boa (52), aumentando para seis os municípios nessa situação.

Enfrentam epidemia da doença também Peabiru, com 119 casos, Quinta do Sol (36); Moreira Sales (177) e Rancho Alegre D´Oeste (24). A epidemia é confirmada depois que a cidade aponta, proporcionalmente, mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Os dados constam no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. A dengue atinge 22 dos 25 municípios da Comcam.

Os municípios com casos confirmados da doença são Araruna (9); Barbosa Ferraz (1); Boa Esperança (9); Campina da Lagoa (14); Campo Mourão (290); Corumbataí do Sul (11); Engenheiro Beltrão (32); Farol (5); Fênix (7); Goioerê (40); Iretama (6), Janiópolis (1); Mamborê (4); Moreira Sales (138); Nova Cantu (6); Peabiru (119); Quarto Centenário (1); Quinta do Sol (36); Rancho Alegre d’Oeste (24); Roncador (2) Terra Boa (52); e Ubiratã (31).

A região tem também um total de 7 notificações de Chikungunya sendo em Campo Mourão (1); Goioerê (3); Iretama (1); Juranda (1) e Roncador (1). Ainda não há confirmação da doença. De acordo com a 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, a situação é preocupante, já que novos municípios passaram a enfrentar epidemia da doença. A situação é crítica, alertou o chefe da 11ª Regional de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira.

Segundo ele, o principal meio de frear o vírus é o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre amarela, chikungunya, e zika vírus. E para isso, a população precisa evitar água parada acumulada. Outra orientação aos moradores é que as medidas de prevenção contra a dengue devem seguir mesmo no inverno. A circulação do Aedes diminui com as temperaturas mais baixas, mas os ovos podem permanecer intactos por meses se os criadouros não forem eliminados. Estes ovos vão eclodir quando a estação mais quente chegar, dando origem a um novo ciclo do mosquito. É uma tarefa que depende principalmente da contribuição da população, ressaltou Siqueira, ao lembrar que mais de 60% dos criadouros estão nos quintais e dentro das residências, em recipientes que acumulam água parada.

Situação no Paraná

O boletim semanal divulgado nessa terça-feira (2) pela secretaria registra mais uma morte, desta vez de uma criança de 10 anos vítima da dengue. O caso é de Nova Fátima, na região de Cornélio Procópio. No total, são 21 óbitos confirmados por dengue no Paraná, de agosto do ano passado até agora. Na semana anterior, eram 20 mortes. De acordo com o novo balanço, há 1.374 novos casos confirmados da doença no Estado – o Paraná soma 17.776 casos de dengue notificados. Atualmente são 81 municípios em epidemia.

Epidemia de dengue em Campo Mourão preocupa Saúde

Com 290 casos positivos de dengue, conforme os números da Sesa, Campo Mourão está enfrentando uma epidemia da doença. Na verdade, desde a semana passada, o setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde já considerava estado de epidemia no município. A situação preocupa a Saúde.

Estamos atuando nas áreas onde continua a circulação, com bloqueios e pulverização com bomba costal. Continuamos insistindo para que a população faça o dever de casa, pois essa é a principal causa para termos chegado a essa situação, diz o presidente do Comitê Gestor da Dengue de Campo Mourão, Carlos Bezerra. Ele disse que o município vai solicitar à Secretaria Estadual da Saúde o fumacê em algumas áreas e continuar o trabalho de campo com os agentes de endemias, na eliminação de criadouros.

Com a chegada do frio a tendência é amenizar a situação, tendo em vista menos exposição do corpo para picada do mosquito bem como menor circulação do inseto. Estamos atentos também para acompanhar os casos nos Pronto Atendimentos dos hospitais e unidades de saúde, falou Bezerra, ao acrescentar que neste mês de julho será realizado um novo Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti (LIRA) para averiguar o índice de infestação.

O último LIRA, realizado em maio, apontou um índice de 5,40 por cento de infestação, considerado alto, já que o aceitável pelo Ministério da Saúde é abaixo de um por cento. Dos 1.769 imóveis verificados, em 96 foram encontrados focos do mosquito, a maioria em residências (74 por cento). Os principais criadouros são piscinas, tambores, tanques, poço e lona plástica e lixo doméstico a céu aberto nos quintais, como sucatas e reciclados.