Com estiagem, vazão de rio que abastece município reduz em 50% e Sanepar faz alerta
Depois de Goioerê e Iretama, moradores da comunidade de Água Grande, na cidade de Ubiratã, devem ficar alertas para o uso racional de água. Devido a estiagem prolongada que se arrasta em toda a região, vazão do Rio Água Grande, manancial de abastecimento da cidade, reduziu em cerca de 50%, segundo a Sanepar.
A água que vertia por cima da barragem da captação, baixou cerca de cinco centímetros do ponto mais alto da estrutura. As previsões apontam temperaturas mais altas para os próximos dias, o que pode oferecer riscos para o abastecimento já que há consequente aumento no consumo com o calor.
“O momento requer atenção e cuidados por parte de todos. A água deve ser priorizada para a alimentação e higiene. As limpezas mais pesadas de fachadas, calçadas e carros devem ser postergadas. Em caso de necessidade recomenda-se o uso de balde e pano e o aproveitamento da água da lavagem ou do enxágue das roupas. Outras dicas são as de reduzir o tempo de banho e fechar as torneiras ao lavar as mãos, escovar os dentes, fazer a barba ou lavar a louça”, alerta a Sanepar.
A orientação aos consumidores é conter vazamentos em canos, chuveiros, torneiras e descargas dos banheiros, o que também contribui com as medidas de economia. Na região da Comcam, o município de também está em alerta para o risco de racionamento de água. Com a falta de chuvas, a vazão dos poços artesianos que abastecem a cidade reduziu drasticamente. O mesmo ocorre na cidade de Iretama.
Com a permanência da estiagem em todas as regiões do Paraná, o Governador Ratinho Junior estendeu para todo o Estado a situação de emergência hídrica. O decreto é válido por três meses.
É o terceiro decreto adotado pelo governo estadual desde o ano passado, com o objetivo de minimizar os impactos da falta de chuvas e garantir as condições mínimas de abastecimento da população. O documento autoriza as empresas de saneamento a adotarem medidas que garantam o abastecimento público – como os rodízios de água, por exemplo – priorizando o uso dos recursos hídricos para esse fim. Com isso, o Instituto Água e Terra (IAT) poderá restringir a vazão outorgada para outras atividades, com o objetivo de normalizar as captações.
As medidas levam em conta as previsões meteorológicas e têm respaldo, também, na Resolução número 77 da Agência Nacional de Águas (ANA), que declarou situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos na Região Hidrográfica do Paraná até novembro de 2021.
O Simepar aponta para precipitações abaixo da média até a primavera, agravando uma situação que já perdura há mais de dois anos. Também há uma pequena possibilidade de ressurgência do fenômeno La Niña entre os meses de novembro e janeiro. Causado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, a La Niña está associada a chuvas irregulares e abaixo da média no Sul do Brasil.