52% dos professores não aderiram greve na região, afirma NRE
Dados repassados nessa terça-feira (9) pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) de Campo Mourão, à TRIBUNA, apontam que 52% dos professores, na área de abrangência do NRE, não aderiram ao movimento de greve da categoria, que iniciou no dia 25 de junho. Ainda conforme o balanço, 48% dos profissionais paralisaram parcialmente. Não há nenhuma escola com paralisação total na região, afirma o Núcleo.
O Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão abrange 16 cidades sendo os municípios de Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Iretama, Luiziana, Mamborê, Nova Cantu, Peabiru, Quinta do Sol e Roncador.
Nós não temos nenhuma escola paralisada totalmente. O cenário é o seguinte: há escolas funcionando normalmente e escolas funcionando parcialmente, ressaltou a chefe do NRE, Ivete Keiko Sakuno. Ela disse que o Núcleo de Educação está orientando aos pais para que continuem mandando seus filhos às escolas que estão se organizando para dar atendimento aos estudantes.
Lógico que depois de encerrada a greve receberemos orientações da Secretaria Estadual de Educação para viabilizar a reposição deste período, falou, ao comentar que uma equipe do NRE vem acompanhado diariamente a greve dos professores na região.
Negociação
A Casa Civil do Paraná recebeu na segunda-feira (8) representantes dos servidores estaduais em greve para discutir as reivindicações do funcionalismo público. Uma nova proposta foi colocada à mesa de negociação, mas ela também não foi bem recebida. A expectativa, agora, é que o assunto seja resolvido apenas em agosto, na volta do recesso do Legislativo.
Depois de rejeitarem a proposta de 0,5% de aumento em 2019, os trabalhadores se depararam com uma oferta de reajuste de 2% a partir de janeiro de 2020. O valor não agradou as categorias em greve, que pediam ao menos a recomposição da inflação do último ano, calculada em 4,94% pelo índice IPCA.
Paralisados desde o dia 25 de junho, os servidores estaduais completaram duas semanas de greve ontem. Um ato unificado entre as várias categorias do funcionalismo público marcou o 15º dia de manifestações. Uma concentração ontem de manhã foi realizada na Praça 19 de Dezembro com os servidores seguindo em passeata até o Palácio Iguaçu. Servidores ocuparam também a Assembleia Legislativa do Paraná.
Regime de urgência retirado
A pedido dos servidores em greve, o governo estadual recuou e pediu, na segunda-feira (8), para que o regime de urgência fosse retirado sobre o projeto que previa um reajuste total de 5,09% parcelado até 2022. A proposta tramitava na Assembleia Legislativa (Alep) desde a semana passada.
Para o líder do governo no Legislativo, deputado Hussein Barki (PSD), a iniciativa sinaliza uma disposição ao diálogo. Ele afirma que o Paraná é o único estado da federação a discutir a data-base do funcionalismo e considera, por isso, que o governo não está sendo omisso.
Em coletiva de imprensa, na segunda-feira, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), indicou que os trabalhos do Legislativo serão encerrados nesta semana sem discutir o reajuste do funcionalismo público. Por isso, a greve não deve ser encerrada antes de agosto.