Chuva em outubro superou em 128% volume esperado para o mês em Campo Mourão
Outubro está se despedindo com mais que o dobro de chuvas esperadas para o período em Campo Mourão. Dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), repassados à TRIBUNA nesta sexta-feira (29), demonstram que foram 368 milímetros enquanto o esperado era 162 mm. O volume superou em 128% a média para o mês.
Além da grande quantidade de chuvas, o mês ficou marcado pelas fortes tempestades que atingiram vários municípios da região deixando destruição, prejuízos e moradores assustados. “Alguns sistemas ganharam forças no sentido de bastante suporte de umidade favorecendo as chuvas a parir do norte da Argentina até o Sul do Brasil incluindo o Paraná. Estes sistemas tiveram algumas situações bem características”, explicou o meteorologista do Simepar Fernando Mendonça Mendes. Em relação à frequência dos temporais, ele informou que a ocorrência destes fenômenos são mais comuns na primavera.
De acordo com dados do Simepar, não chovia tanto em Campo Mourão no mês de outubro desde 2017. Naquele ano foram registrados 396 milímetros. Em 2018 foram 189 mm; 2019 (88 mm) e 2020 (228,4 mm). Em termos de volume, o regime de chuvas obedeceu um padrão em toda a região de Campo Mourão. Ou seja, os demais municípios também registraram precipitações bastante acima da média.
Se outubro teve chuvas em excesso, o mês de novembro tende a ser mais seco, com precipitações entre 10% a 15% abaixo da média, conforme a climatologia. A média pluviométrica para o mês é 140 mm. “Novembro não repetirá este padrão de instabilidade, pelo menos não há no momento uma tendência que demonstre isso. O que se espera é que não terá acumulados tão representativos”, prevê Mendonça.
Dezembro, janeiro e março também há expectativa de diminuição no regime de chuvas. “Isso estaria associado a princípio a esta condição do La Niña”, explicou Mendonça. Segundo ele, o fenômeno – caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial – já está presente e deve ocorrer com mais intensidade até o início do verão, enfraquecendo a partir do primeiro semestre do ano que vem.