Trabalhador tem foto divulgada nas redes sociais como estuprador: “Estou sem chão”, diz
O motorista de ônibus, Edevanildo Francisco Lima, 36 anos, morador de Campo Mourão está sem chão. Pai de família, ele teve a foto do perfil da sua página do Facebook disseminada em grupos de WhatsApp e do próprio face como estuprador. Edevanildo disse que está com medo de sair de casa até que a situação seja esclarecida por completo. Ele registrou um Boletim de Ocorrência nesta quinta-feira (18), na delegacia de Polícia Civil da cidade. “Além de medo estou com muita vergonha até que isso tudo seja passado a limpo”, falou o trabalhador, em entrevista à TRIBUNA.
A foto de Edevanildo foi publicada irresponsavelmente após forças policiais prenderem um vigilante de 39 anos, no início da noite de ontem, no Jardim Flórida. O homem é apontado como um estuprador de mulheres na cidade. Ele abordava as vítimas de moto, as levava em locais ermos e praticava atos sexuais. Somente neste mês de novembro teria feito pelo menos duas vítimas. Na tarde de hoje, outras duas mulheres compareceram à delegacia para denunciá-lo. O vigia foi inclusive reconhecido por duas mulheres.
Mas isso tudo não teve nada a ver com Edevanildo. O trabalhador disse que tinha acabado de chegar em casa da missa, quando recebeu uma mensagem do irmão, informando sobre sua foto percorrendo grupos de WhatasApp como o estuprador preso. Ele disse que até mesmo uma página de notícias do Facebook na cidade publicou a foto dele como sendo o criminoso. A publicação foi ‘printada’.
Psicologicamente abalado, o trabalhador disse que não conseguiu dormir de ontem para hoje. Também foi dispensado do trabalho até se recuperar. “A gente chora e não sabe o que faz nesta situação”, frisou. Edevanildo falou que está recebendo apoio da família, amigos, e da própria empresa onde trabalha. Ele disse que as pessoas que conseguiu identificar e ‘printar’ a publicação de sua imagem indevidamente irão responder na Justiça. “O advogado da própria empresa está me orientando”, frisou.
Edevanildo se mudou a Campo Mourão há cerca de oito anos. Ele residia no distrito de Valinhos, em Luiziana, com sua família. Casado e pai de uma menina de quatro anos. Disse que tudo o que mais quer agora é que esta situação seja resolvida. “Um absurdo a pessoa pegar a fotografia de quem nem conhece e sair espalhando como um criminoso. Uma injustiça tremenda”, desabafou. “O difícil ainda é você ter que ficar se explicando para todo mundo”, emendou.