Regional de Saúde de Campo Mourão promove semana de prevenção a hepatites virais

A 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão abre na segunda (22) e prossegue até a sexta-feira (26) a semana de prevenção das hepatites virais. A mobilização faz parte da programação da campanha Julho Amarelo. Durante este mês, serão reforçadas as medidas de prevenção às hepatites virais. O tratamento correto da doença está entre os principais objetivos do movimento.

De acordo com Marlene Raphaelli Lisot, da coordenação Regional de DST/Aids, Hepatites, Tuberculose e Hanseníase, da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, a ação foi pactuada com os gestores municipais de saúde de toda a Comcam. Entre as ações serão realizadas nos municípios palestras, orientações em salas de espera, execução de testes rápido, entre outras orientações.

A população prioritária da campanha são homens e mulheres com mais de 40 anos; quem passou por cirurgias e transfusão de sangue antes de 1993; usuários de drogas injetáveis; pessoas que não foram vacinadas, principalmente aquelas acima de 15 anos, por terem baixa cobertura vacinal.

Marlene informou que o Ministério da Saúde tem como meta para até 2020 ampliar o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais com foco na hepatite C, tipo mais grave da doença. A meta é eliminar a hepatite C, tratando 50 mil pacientes por ano até 2024, falou.

De acordo com a 11º Regional de Saúde, dos últimos três anos para cá os casos de hepatites virais vêm aumentando na região. Em 2016 eram 51, saltando para 85 em 2017 e 94 casos em 2018. A hepatite B concentra o maior número de ocorrências na região: 51; hepatite ign/branco (14); hepatite C (26); hepatite B+C (2); e A+C (1).

A transmissão da hepatite B, que registra o maior número de casos, acontece através de relações sexuais. A maior preocupação é o longo tempo de permanência que o vírus sobrevive em ambientes comuns. Por isso a pessoa corre o risco de ser infectada, por exemplo, em salões de beleza com alicates, ao fazer tatuagens, entre outros locais. Ou seja, é preciso um cuidado especial de prevenção, alertou Marlene.

Marlene explicou que as hepatites virais constituem atualmente uma relevante questão de saúde pública no Brasil e no mundo, distribuindo-se de maneira universal, atingindo vários segmentos da população e causando grande impacto de morbidade e mortalidade em sistemas de saúde como o SUS. Os agentes etiológicos das hepatites virais são os chamados vírus hepatotrópicos, sendo os mais importantes designados por letras do alfabeto ( vírus A, vírus B, vírus C, vírus D e vírus E).O diagnóstico precoce desses agravos permite um tratamento adequado e impacta diretamente a qualidade de vida do indivíduo, sendo assim um poderoso instrumento de prevenção de complicações mais frequentes como cirrose avançada e câncer hepático, explicou.

Ainda que silenciosa, a hepatite pode apresentar sintomas como: mal-estar, fraqueza, dor de cabeça, febre baixa, falta de apetite, cansaço, náuseas e desconforto abdominal na região do fígado, icterícia (olhos e pele amarelados), fezes esbranquiçadas e urina escura. Algumas medidas simples podem evitar a doença: lavar bem as mãos; ingerir somente água filtrada ou fervida; lavar bem os alimentos antes do consumo; sempre usar preservativos nas relações sexuais; evitar contato com sangue; exigir material esterilizado ou descartável em consultórios médicos, dentários, salões de beleza, estúdios de tatuagem e colocação de piercing; não compartilhar agulhas ou seringas, lâminas de barbear, escova de dentes, entre outros hábitos de higiene padrão.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da doença é feito através de teste rápido e/ou sorologia. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece esses testes para diagnóstico das hepatites B e C, e caso necessário, disponibiliza tratamentos para a doença, ambos os serviços são gratuitos. O teste rápido é uma forma simples e acessível de diagnosticar a doença e é feito por meio de punção digital. O resultado fica pronto em no máximo 30 minutos.

No Paraná a taxa de detecção de hepatite B teve uma redução de 10%, quando comparado o ano de 2010 (15,9/100 mil habitantes) com o ano de 2018 (14,3/100 mil habitantes). Nesse mesmo período a taxa de detecção para hepatite C se manteve estável (9,4/100 mil habitantes em 2010 e 9,3/100 mil habitantes em 2018). A introdução dos novos medicamentos de ação direta para tratamento de hepatite C mudou radicalmente o panorama epidemiológico da doença. Medicamentos bem tolerados e mais seguros possibilitam tratamentos altamente eficazes, tornando-se possível a eliminação da doença.