Casos de gripe H3N2 quase dobram na Comcam e Campo Mourão registra 1ª morte
Os casos confirmados da gripe H3N2 quase que dobraram na região nos últimos dias, saltando de 31 para 61 até essa terça-feira (1), conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR). O município de Campo Mourão, com 17 casos positivos, confirmou a primeira morte pela doença.
A vítima é uma mulher de 61 anos de idade. Tinha comorbidade associada. Morreu no dia 28 de janeiro, mas a morte foi divulgada somente nessa terça pela Saúde. A senhora estava internada em um hospital da cidade. Tinha se vacinado contra a gripe. A paciente não havia feito tratamento com o medicamento tamiflu, recomendado para tratamento da infecção após a detecção do vírus nas primeiras 48 horas, quando receitado por médico.
É a segunda morte pelo vírus na região. No início do mês passado um homem de 68 anos também morreu na cidade de Engenheiro Beltrão. A vítima tinha comorbidades, inclusive, era acamada. E também tinha se vacinado contra a gripe.
Até o momento, 14 dos 25 municípios têm pacientes infectados com a gripe H3N2. São: Altamira do Paraná (3); Araruna (3); Barbosa Ferraz (1); Campo Mourão (17); Corumbataí do Sul (2); Engenheiro Beltrão (3); Goioerê (1); Iretama (9); Mamborê (2); Moreira Sales (1); Nova Cantu (1); Roncador (8); Terra Boa (6) e Ubiratã (4).
“Não são os casos específicos, mas muita gente de grupos prioritários deixou de se vacinar durante a campanha e isso pode ter contribuído para o surgimento desta cepa. A vacina disponível não protege deste sorotipo, porém aumenta a imunidade do paciente”, frisou o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira. Segundo ele, todos os 25 municípios da Comcam foram orientados pela Regional a fazerem a busca ativa destas pessoas.
“Muita gente se preocupou apenas com a vacinação contra a Covid-19 se esquecendo das demais”, observou. Siqueira ressaltou que todos os municípios foram abastecidos com doses suficientes de vacinas contra gripe para imunizar toda a população prioritária preconizada pela saúde. Quem não se imunizou que procure a vacina”, orientou, ao lembrar que os cuidados de prevenção são praticamente os mesmos contra a Covid-19, como: higienização das mãos, evitar ambientes com aglomeração e fechados, uso de máscara, entre outros.
Em todo o Paraná, a Sesa confirmou mais 212 novos casos e 11 óbitos em decorrência da H3N2. As informações foram extraídas nesta terça-feira (01) por meio do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL).
A doença é um tipo do vírus da Gripe Influenza A e desde dezembro já registrou 1.862 casos e 66 mortes em pacientes com idades de 43 a 98 anos. A Saúde ressalta que está seguindo monitorando os casos de H3N2 no Paraná, que tem se intensificado neste começo de ano. “Esse monitoramento é muito importante para avaliarmos a evolução do estado epidêmico no Paraná e, com isso, utilizarmos das melhores ferramentas para contê-lo”, diz.
No último dia 12 de janeiro, o Paraná declarou estado de epidemia de H3N2, considerando o rápido contágio, direto ou indireto da doença. Normalmente o vírus da gripe circula durante os períodos mais frios, porém, este ano a infecção pela doença aumentou no verão, de maneira atípica.
“Reforçamos a importância da vacinação da Influenza, pois ela protege contra a maioria dos vírus circulantes de gripe. Além disso, os cuidados como uso de máscara, higienização das mãos e álcool em gel seguem como medidas essenciais de prevenção para conter a disseminação do vírus”, ressaltou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, em nota encaminhada à imprensa.
Ainda conforme dados da Sesa, no ano passado, o Paraná recebeu 5.165.200 vacinas, porém, pouco quase 500 mil ainda estão disponíveis nos municípios. No início deste ano, o Estado descentralizou mais de 556,4 mil cápsulas do medicamento Oseltamivir (Tamiflu) para tratamento da doença.
Em até 48 horas da infecção pelo vírus da Influenza, o medicamento, quando receitado por um médico e em dosagem apropriada, possui efetividade contra o agravamento do quadro clínico, diminuindo o risco de morte.
Cepas
Com o passar do tempo, a doença sofre mutações, surgindo as chamadas “sublinhagens”, como a H3N2 que é um tipo do vírus da Influenza A (H3), circulante no Estado há pelo menos cinco anos. Consequentemente, as sublinhagens possuem “cepas” que distinguem especificamente o vírus responsável pela infecção, como é o caso da Darwin, recém-descoberta na Austrália e inserida na H3N2.