Município apresenta proposta a Santa Casa sobre fechamento da maternidade
A prefeitura de Campo Mourão divulgou nota pública manifestando sobre a possibilidade de a Santa Casa fechar a maternidade, devido ao deficit gerado ao hospital pela prestação do serviço. Atualmente, a dívida do hospital chega a cerca de R$ 50 milhões. O problema é que os recursos destinados à unidade pelo governo não sobrepõem os custos dos procedimentos, acumulando dívidas.
No documento, encaminhado à imprensa, o município diz que apresentou uma proposta no dia 12 e aguarda informações da instituição. A prefeitura quer saber custos de procedimentos para que seja levada aos municípios qual a necessidade de custeio.
“Diante das informações tornadas públicas pela direção da Santa Casa quanto ao risco de fechamento da maternidade do hospital, em reunião no dia 12 de abril com a diretoria da Santa Casa, Comcam e Cis-Comcam, com o prefeito Tauillo Tezelli e o secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos, foi apresentada uma proposta pelo município. Para tanto, aguarda informações da direção do hospital referentes aos custos de procedimentos equiparados com os valores recebidos pelo SUS para que seja levada aos municípios qual a necessidade do custeio da diferença”, informou a prefeitura.
O município lembrou que a Santa Casa tem diretoria própria e que administra os recursos repassados pelas três esferas de governo: União, Estado e municípios. A possibilidade de fechamento da maternidade foi revelada pelo presidente do Hospital, Pedro Henrique Baer durante a assembleia de prestação de contas referente ao ano de 2021, há duas semanas.
A Santa Casa acumula uma dívida no valor de cerca de R$ 50 milhões. Segundo Baer, é preciso haver uma atualização da tabela do SUS (que há 20 anos está defasada) para o aumento nas receitas do hospital. “A Santa Casa vem há anos com prejuízos. Os recursos da receita não aumentam e os repasses não são suficientes para cobrir os custos”, disse ele, ao afirmar que a única saída é o hospital começar a suspender serviços deficitários, como a maternidade, por exemplo. Cada parto custa aproximadamente de R$ 1.200,00.
De acordo com informações repassadas pela diretoria da Santa Casa, durante a prestação de contas, atualmente 90% dos atendimentos do hospital são pelo SUS e as tabelas estão desatualizadas há pelo menos duas décadas. Em contrapartida os custos de medicamentos, insumos, entre outros materiais vêm aumentando. “É quase impossível manter o hospital”, lamentou o presidente.