Araruna recebe nesta quinta 1,5 mil produtores para o 38º Encontro Estadual de Sericicultura

O município de Araruna recebe nesta quinta-feira (21), cerca de 1.500 produtores de várias regiões do Paraná para o 38º Encontro Estadual de Sericicultura (bicho-da-seda). O evento será promovido no Ginásio de Esportes “Zé 14”. A programação inicia às 8 horas com encerramento às 17 horas.

De acordo com o secretário de Agricultura de Araruna, Antônio Ramalho Sobrinho, os produtores participarão de diversas palestras do setor e receberão informações sobre novas tecnologias, pesquisas científicas e acadêmicas, bem como panorama do mercado da seda.

“A sericicultura tem se tornando uma importante aliada como opção de fonte e renda a produtores familiares da cidade de Araruna. Considerada como uma alternativa de diversificação da propriedade rural, a cultura tem atraído vários produtores do município, tendo como uma das vantagens, a adequação da atividade para pequenas propriedades”, destacou Ramalho.

Conforme ele, a atividade pode ainda aliar a outras culturas e criações de subsistência ou comercial, promovendo a geração de empregos. “O caráter ambiental é outra vantagem do sistema, uma vez que praticamente não se utiliza agrotóxicos nas amoreiras”, destacou. Ramalho comentou que a criação da Associação de Sericicultores de Araruna (Araseda), fundada em 2019 com auxílio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), fomentou a cultura no município.

Pelo Instituto, os produtores recebem as larvas do bicho da seda e entregam os casulos no próprio município. “Anteriormente tinham de buscar e entregar os casulos em outra cidade, aumentando os custos de produção. Com isso a atividade passou a gerar uma boa rentabilidade”, afirmou o secretário.

No município, há, por exemplo, produtor que trabalha em uma área de 2 hectares de amora (alimento do bicho da seda), conseguindo uma receita anual de mais de R$ 50 mil, com custo de produção em torno de R$ 11 mil. Para se ter uma ideia, seriam necessários produzir quase 260 sacas de soja para obtenção da receita adquirida com a sericicultura.

Atualmente, Araruna tem cerca de 24 famílias na atividade, cultivando cerca de 54 hectares de amora. A boa rentabilidade da atividade vem atraindo mais produtores. Em algumas propriedades, a sericicultura já passou a contar como atividade principal.

O prefeito de Araruna, Leandro Oliveira, presidente da Comcam, destaca que o município tem potencial para aumentar a quantidade de produtores e, que, para isso, o poder público em parceria com o IDR-PR vem apoiando a cultura. “Toda a região está convidada a participar do encontro. Será um momento de informações sobre o mercado e troca de experiências”, destacou.

Números

O setor da sericicultura está em expansão no Paraná, que conta com mais de 4.060 hectares plantados com amoreiras e cerca de 2 mil produtores responsáveis por uma produção de mais de 2,5 toneladas de casulos verdes. Atualmente, o quilo de casulo verde é vendido pelos produtores entre R$ 18,00 a R$ 20,00.

Os maiores compradores são os países europeus e asiáticos. No ano passado as exportações renderam US$ 28,08 milhões ao Estado. No Paraná, a atividade é impulsionada pelo clima favorável ao cultivo da amoreira, pela adoção de manejo correto por parte dos produtores, pela fertilidade do solo e pela aplicação de tecnologia.

As folhas da planta servem como alimento para os bichos-da-seda. Além da rentabilidade, a sericicultura é uma atividade sustentável ao meio ambiente, pois denuncia casos de derivas – desvio de agrotóxico para lavouras vizinhas, fora da área que se pretende atingir. De acordo com cálculos, com dois a três hectares plantados com amoreira é possível obter renda de R$ 5 mil a R$ 6 mil durante 10 meses do ano.