Lei de Rubens Bueno: Trecho da BR-158 passa a se chamar Estrada Prefeito Horácio Amaral

O trecho da BR-158 que liga os municípios de Campo Mourão e Roncador passa a receber a partir de hoje o nome de Estrada Prefeito Horácio Amaral. A lei 14.427/2022, que oficializa a homenagem, teve origem em projeto do deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) e foi publicada nesta sexta-feira, 29, no Diário Oficial da União.

“Horácio Amaral deu sua vida por Campo Mourão e perdeu ela, prematuramente, em 1974, num acidente automobilístico na BR-158, no trecho localizado entre a sua amada cidade e o município de Roncador. Naquela ocasião, com 47 anos, ele era candidato a deputado estadual, e sua eleição já era considerada vitoriosa”, relembra Rubens Bueno, que também foi prefeito de Campo Mourão entre 1993 e 1996, e considera a aprovação da lei uma justa homenagem a uma figura pública que fez muito pelo desenvolvimento da região.

De acordo com vários políticos, foi com a morte de Horácio Amaral que Campo Mourão e a Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão ( COMCAM) perdeu, na época, sua representação política em Curitiba.

Trajetória

Eleito Prefeito para o mandato de 1969 a 1972, a administração de Horácio Amaral proporcionou a sua cidade uma fase de amplo desenvolvimento. Ele e seu vice Munir Karam foram eleitos em chapa única nas eleições de 15 de novembro de 1968. Karam ficaria por pouco tempo no cargo. No ano seguinte renunciava o cargo para assumir o posto de juiz de direito da Comarca de Goioerê.

O 12º prefeito de Campo Mourão nasceu em 27 de junho de 1927, na pequena cidade de Mallet (PR). Eleito vereador em Assaí em 1955, logo se revelou político sagaz, dono de uma oratória impecável que o tornaria famoso, tanto no meio político como no tribunal de júri.

Formado em direito pela Universidade Federal do Paraná, ficou conhecido como um dos maiores advogados na área criminal no Estado, sendo admirado e respeitado por seus colegas.

De vereador de Assai a prefeito de Campo Mourão, tornou-se um grande homem público, reconhecido pela sua integridade e honestidade com o patrimônio público. Foi em seu mandato que Campo Mourão começou a sofrer profundas mudanças em vários setores. A economia, baseada na extração da madeira assimilou o seu declínio e as terras dos antigos pinheirais cederam lugar às plantações diversas, em especial, as culturas de soja e trigo. Foi neste período que surgiu a Cooperativa Agropecuária Mourãoense – COAMO, uma das maiores da América.

No campo educacional, Campo Mourão também deu um salto. Ao assumir a prefeitura, Horácio Amaral lançou o desafio baseado nas palavras “não deixar uma criança sem escola”.

Para atender a meta foram edificadas escolas na zona rural e urbana, ao todo mais de 170. O município foi escolhido como um dos oito do Paraná para realizar as experiências piloto do lançamento da Reforma do Ensino proposta pelo Ministério da Educação.

Também levou o ensino superior para a cidade. Criou a Fundação de Ensino Superior de Campo Mourão – Fundescam, hoje Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – Fecilcam. Foi o primeiro passo para implantação de um núcleo universitário regional, que se concretizou somente décadas depois, com a vinda de novos cursos e a abertura de novas instituições de ensino.

O governo de Horácio Amaral também atendeu diversas demandas, como a pavimentação de vias públicas, conservação e abertura de estradas rurais e a implantação da primeira etapa do sistema de tratamento de esgotos sanitários.

Sua morte prematura causou uma profunda comoção e abriu um grande vazio na política regional. Em 7 de agosto de 2004, foi lançado o livro “Horácio Amaral: Exemplo e Desafio”, de autoria do historiador Jair Elias dos Santos Júnior.