‘Quero tornar a vida das pessoas melhor’, diz professora Ana Lucia, que disputa vaga na ALEP
Em passagem por Campo Mourão, na tarde de sexta-feira (23), onde participou de um encontro regional do PDT, a professora universitária Ana Lucia Rodrigues (PDT), candidata a deputada estadual, concedeu uma entrevista exclusiva à TRIBUNA. Professora Ana Lucia, que é vereadora em Maringá e presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal, diz que seu objetivo, caso seja eleita, é ‘tornar vida das pessoas melhor, fazendo valer aquilo que já garante a Constituição’.
“Me eleger deputada significa a continuidade do meu trabalho que venho fazendo a vida toda com a população. E certamente fazer aquilo que já venho fazendo como vereadora: que é colocar o meu mandato a serviço da comunidade”, disse a candidata. Na vida política, além de vereadora, a professora já foi candidata a vice-prefeita de Maringá em 2016. Porém não alcançou êxito nas urnas.
As principais propostas da candidata são: Educação; criação de políticas públicas que garantam um plano regional de desenvolvimento urbano integrado das cidades no Estado do Paraná e atuar nas políticas de habitação. “Nós temos hoje um desmonte da educação pública no Paraná. Sinto que tenho hoje maturidade e conhecimento suficiente para contribuir no sentido de aportar recursos orçamentários e projetos para que a educação no Paraná melhore e saia deste processo de abandono que se encontra”, destacou.
Ela defende ainda políticas públicas em defesa da mulher, ao alertar que atualmente o País vive uma ‘epidemia que se chama violência doméstica contra a mulher’. “Esta é uma questão muito séria que os Governos Estaduais , Federais, municípios e nós enquanto sociedade temos que encarar. Precisamos criar redes de proteção à mulher. Hoje as mulheres estão sofrendo violência de toda ordem dentro dos seus lares, um espaço onde deveriam ser protegidas”, afirmou.
A candidata fez ainda uma avaliação do atual governo de Jair Bolsonaro frente a presidência da República. Classificou-o de “trágico”. “Nós progressistas, que defendemos a Constituição deste País, vamos demorar 20 anos para resgatar o que este covarde fez nestes quatro anos”, criticou, ao lamentar a polarização à presidência da República entre Lula e Bolsonaro, o que, em seu ver, “encobre a discussão de um projeto para o País”. Leia abaixo a entrevista completa.
Qual foi sua agenda em Campo Mourão?
Participamos de um encontro regional do PDT, nos reunimos com lideranças comunitárias e fizemos uma caminhada no comércio para ouvir os comerciantes.
O que levou a senhora a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa?
Foi de fato minha trajetória profissional na UEM – Universidade Estadual de Maringá (foi professora por mais de três décadas. Se aposentou este ano). Atuo nas Ciências Sociais especialmente na Sociologia e das Políticas Públicas. Esta atividade desenvolvi nos últimos 15 anos. Além de atividade fora de sala de aula, entre outros projetos, fui coordenadora do Observatório das Metrópoles que compõe uma rede nacional de pesquisadores. À frente do Observatório produzimos informações e pesquisas para subsidiar a nossa realidade, gestão da realidade, organização dos movimentos, a própria sociedade civil, e subsidiá-la com informações, dados e diagnósticos. Acabei trabalhando como pesquisadora no campo das Políticas Urbanas, do Desenvolvimento Regional Metropolitano e Políticas Sociais. De fato esta trajetória profissional me leva para política partidária eleitoral.
Quais suas principais propostas?
Como professora, minha principal bandeira, sem dúvida, é a Educação. Atuei uma vida toda no campo da produção do conhecimento e da ciência no ensino superior. Nós temos hoje um desmonte da educação pública no Paraná. Sinto que tenho hoje maturidade e conhecimento suficiente para contribuir no sentido de aportar recursos orçamentários e projetos para que a educação no Paraná melhore e saia deste processo de abano que se encontra. Não temos sequer investimentos na manutenção da infraestrutura das unidades construídas, não temos ampliações de colégios e, principalmente, o pior de tudo, não temos investimento em contratação de pessoal e nem a valorização dos profissionais ora contratados. Há muito que se fazer para caminhar rumo a educação integral de qualidade. Além disso temos outras duas bandeiras: a criação de políticas públicas que garantam um plano regional de desenvolvimento urbano integrado das cidades no Estado do Paraná e atuar nas políticas de habitação. Atualmente o fenômeno mais complexo que as grandes cidades vêm enfrentando é a população em situação de rua. Há 10 anos venho trabalhando com este público e é preciso muito comprometimento do Estado e do Poder Público para que estas pessoas possam ser reinseridas na sociedade.
E para a área voltada à mulher, alguma proposta?
Atualmente estamos vivendo uma pandemia de Covid-19. Mas temos também uma epidemia que se chama violência doméstica contra a mulher. Esta é outra questão muito séria que os Governos Estaduais , Federais, municípios e nós enquanto sociedade temos que encarar. Precisamos criar redes de proteção à mulher. Hoje as mulheres estão sofrendo violência de toda ordem dentro dos seus lares, um espaço onde deveriam estar protegidas. Como vereadora atuo como presidente da Comissão de Educação, mas também como Procuradora da Mulher na Câmara de Maringá, por isso estamos na luta pela proteção das mulheres que estão em situação de violência.
A senhora se sente preparada para exercer o cargo de deputada caso seja eleita?
Devido a todas estas questões que já mencionei me sinto preparada sim para contribuir na resposta a elas. Hoje, se alguém me perguntar porque quero ser deputada, é por isso.
Quem a senhora apoia para o Governo do Paraná e presidente da República?
Sou presidente do diretório municipal do PDT em Maringá e sou coordenadora regional do partido. Temos chapa completa. Como temos chapa própria, nosso candidato ao Governo do Paraná é o Ricardo Gomyde; presidente da República, Ciro Gomes e senadora, professora Desiree Salgado.
O cenário atual mostra uma polarização da eleição à presidência da República entre Lula e Bolsonaro. Como a senhora analisa esta situação?
Não tenho nenhuma dúvida de que esta polarização encobre a discussão de um projeto. O Ciro Gomes está o tempo todo cobrando para que todos discutam um projeto para este País. O que Lula e o que o Bolsonaro apresentam para este país além deste ‘blá-blá-blá’ que estamos acostumados a ver e não contribui para nada? Está terminando o processo eleitoral e não sabemos o que Lula e nem o que Bolsonaro pretendem. E não dá para ficar vivendo só de saudosismo. Isso não constrói a realidade. Um destes sujeitos sendo eleitos o que vem depois?
Como a senhora avalia o Governo Bolsonaro?
O legado do Bolsonaro nestes quatro anos é uma tragédia. Nós progressistas defendemos a Constituição deste País, acreditamos que irá demorar mais de 20 anos para resgatar os direitos da população pelo que este covarde deste Bolsonaro fez nestes quatro anos de mandato. Totalmente entregue a interesses que ninguém sabe quais são. Ele não é capaz de verbalizar uma frase feita.
Mesmo já exercendo cargo de vereadora na política, disputar uma vaga na Assembleia sendo mulher aumenta é um desafio?
É um desafio gigantesco. É muito difícil. Temos que romper uma cultura política que não valoriza a mulher como política. Primeiro os próprios partidos, ainda que existam obrigações legais, como a proporcionalidade garantindo que 30% da chapa seja composta por mulheres. Ainda assim é um caminho muito difícil que estamos construindo. Não há espaço facilitado. Para eu conquistar o espaço que estou tive de me esforçar dez vezes mais que cada um dos demais candidatos (homens). É claro que precisamos construir nosso capital eleitoral e político, mas é muito difícil a mulher atuar.
Reta final de campanha política…Qual a expectativa?
Espero que seja ampliação daquilo que venho fazendo muito. Estou muito animada. Consegui construir uma campanha que foi crescendo o tempo todo e chega agora na última semana com muito contato. Estou conhecendo muita gente que não é da minha “bolha” que vem falar comigo. Isso significa que a candidatura “pegou”. Estou muito otimista.
Que recado a senhora deixa para o eleitor?
É pedir o voto. E que vote com consciência. Quero pedir o voto das pessoas porque me eleger deputada significa a continuidade do meu trabalho que venho fazendo a vida toda com a população. E certamente fazer aquilo que já venho fazendo como vereadora, que é colocar o meu mandato a serviço da comunidade. Meu grande objetivo é tornar a vida das pessoas melhor, inclusive, fazendo valer aquilo que nossa Constituição garante.