Ciclo de seminários do IDR-Paraná sobre produção sustentável rodou 7 municípios
Terminou nesta semana o ciclo de seminários do IDR-Paraná, Federação da Agricultura do Paraná (Faep-Senar-PR) e Embrapa Soja sobre a produção de Grãos Sustentáveis, Manejo de Pragas (MIP), Manejo Integrado de Doenças (MID), Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e manejo de solos. O objetivo foi divulgar práticas agrícolas que fomentem uma agricultura mais sustentável aos produtores.
Durante os sete seminários realizados foram divulgados os resultados obtidos nas últimas dez safras pelo MIP e MID, técnicas amplamente reconhecidas pela ciência. A redução do uso de inseticidas e fungicidas, a queda dos custos de produção e uma agricultura biológica são algumas das vantagens dessas práticas. Elas também garantem sustentabilidade das propriedades rurais.
Edivan José Possamai, coordenador estadual do Programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, afirma que os seminários reuniram, em média, cem pessoas em cada município (Campo Mourão, Cascavel, Cianorte, Cornélio Procópio, Londrina, Pato Branco e Tibagi). “Os encontros foram importantes para fortalecer as parcerias do Instituto com o Senar e a Embrapa. Também foi o momento para divulgar os resultados e o potencial das práticas preconizadas pelo MIP, MID e FBN, rumo a uma produção mais sustentável”, afirmou.
Segundo o extensionista, os temas debatidos nos seminários são importantes para a agricultura deste século. “Os agricultores deram depoimentos e apresentaram sua visão, além de mostrarem o impacto do MIP e MID nas suas lavouras. Isso dá um significado especial ao protagonismo deles. Não há melhor argumento para convencer os produtores a adotarem uma nova prática que a experiência de outro agricultor, o que aumenta a importância dos depoimentos”, complementou.
“Nossa expectativa é que mais gente adote o MIP e o MID. Que mais agricultores façam os cursos oferecidos pelo Senar-PR. Além disso, outras instituições, além do IDR-Paraná, devem assumir a divulgação dessas práticas”, ressaltou o extensionista. “O agricultor deve entender essa proposta e passar a ser protagonista da adoção dessas novas práticas. Com a popularização do uso de ferramentas digitais na agricultura a implementação de práticas mais sustentáveis deve avançar nos próximos anos”.
Adeney de Freitas Bueno, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa-Soja, disse que os seminários celebram os dez anos das práticas de produção sustentável. “O MIP, o MID e boas práticas de produção de grãos sempre estiveram no DNA dessas instituições. Conversar com o produtor, discutir prospectar novas demandas, levar mais conhecimento, faz parte da nossa missão e é o que mais nos traz retribuição do trabalho realizado”, afirmou.
André Mateus Prando, pesquisador da Embrapa Soja, participou dos seminários abordando a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), prática que pode aumentar a produtividade das lavouras. Segundo ele, nas safras de 2017 a 2022 o uso de inoculante e coinoculante resultou num aumento de 8,2% da produtividade nas URTs (Unidades de Referência Tecnológica) acompanhadas por extensionistas e pesquisadores. “Isso proporcionou um ganho líquido de R$ 584 por hectare, levando em conta os preços da soja de agosto”, informou.
Para ele, a partir do momento em que o produtor conhece esses dados aumenta a aceitação de novas tecnologias.
Debora Grimm, superintendente do Senar-PR, disse que neste ano os seminários possibilitaram uma discussão abrangente a respeito da produção sustentável de grãos. “Além de apresentar os resultados de novas práticas agrícolas, os profissionais provocam o produtor a adotá-las”, disse. “O agricultor precisa investir na lavoura e tem que entender que plantar é mais que colocar soja e adubo na terra”.