Coamo e Abrapos realizam simpósio de pós-colheita de grãos
A quinta edição do Simpósio de Pós-Colheita de Grãos do Mato Grosso do Sul teve recorde de público, totalizando 400 participantes, em Maracaju. Com o tema “Tecnologia e Qualidade na Armazenagem de Grãos”, o evento foi realizado nesta semana destacando assuntos relacionados à logística de transporte dos grãos, armazenagem, secagem, beneficiamento, classificação, conservação e comercialização dos grãos.
A cerimônia de abertura contou com a participação de diversas autoridades, como o prefeito de Maracaju, Marcos Calderan, o presidente do Sindicato Rural local, Fábio Caminha, o presidente da Associação Brasileira de Pós-Colheita de Grãos (Abrapos), José Ronaldo Quirino, e o presidente da Comissão Organizadora do evento, José Carlos Andrade, gerente de Produtos da Coamo. O diretor da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira, fez a palestra de abertura, apresentando dados sobre o crescimento elevado da produção de grãos no Mato Grosso do Sul, entre outros temas relativos à logística, transporte e armazenagem.
Segundo Edenilson, o Estado saiu de uma produção de seis milhões de toneladas de grãos em 2001 para 28 milhões de toneladas em 2023, um aumento de mais de 360%. Ele também mostrou como a área plantada cresceu em diferentes regiões do Estado, como Amambai, que dobrou sua área de soja, a região Sudoeste, que quase triplicou, e a região da Grande Dourados, que aumentou em mais de 50%.
Edenilson ressaltou que o Mato Grosso do Sul ainda tem um grande potencial de crescimento sustentável, pois pode aproveitar as áreas de pastagens que estão sendo convertidas em lavouras, sem necessidade de desmatamento. Ele também destacou as vantagens da irrigação, do aquífero guarani, da bacia hidrográfica e das pesquisas que desenvolvem cultivares mais produtivas. No entanto, ele alertou para os gargalos que precisam ser superados no estado, como a capacidade estática insuficiente para armazenar toda a produção e os desafios logísticos para escoar os grãos pelos portos da região.
Um dos aspectos importantes da palestra foi a questão dos modais de transporte. Segundo Edenilson, o Moegão, uma obra do Governo do Estado do Paraná que vai melhorar a logística do Porto de Paranaguá. O projeto prevê a construção de uma estrutura exclusiva para a descarga dos trens que trazem grãos e farelos para os 11 terminais do Corredor Leste de Exportação. Com isso, espera-se um aumento de 63% na capacidade de descarga ferroviária.
Edenilson afirma que o Moegão vai permitir uma maior integração entre o modal rodoviário e o ferroviário, especialmente. “Hoje, no Porto de Paranaguá, 80% das cargas de importação e exportação são feitas por caminhões, enquanto apenas 20% são transportadas por trens. Isso se deve às limitações que existem no modal ferroviário”, explica.
O presidente da Abrapos, José Ronaldo Quirino, também destacou os benefícios do evento para a atividade agrícola. “Aprendemos muito com as palestras, as demonstrações e as trocas de experiências. Nosso objetivo é reduzir as perdas no pós-colheita e aumentar a qualidade dos nossos produtos”, comentou.
O presidente da Comissão Organizadora do evento, José Carlos Andrade, ficou satisfeito com a adesão dos expositores e do público ao evento. A Coamo é uma das cooperativas que apoiam a Abrapos na realização de eventos de pós-colheita. “É uma parceria que visa o desenvolvimento do setor”, declarou.
O evento reuniu profissionais de dez estados brasileiros (Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo) e 40 expositores/patrocinadores.