Manoela é acolhida na Comunidade Salvando Vidas
O drama de Manoela, narrado na TRIBUNA há alguns dias, está, de certa forma, amenizado. Isso porque, na última quarta-feira, ela foi acolhida pela Comunidade Salvando Vidas, entidade sem fins lucrativos que busca a recuperação de pessoas em vulnerabilidade social. Desde então, ela vem recebendo carinho, roupas, uma boa alimentação e palavras de fé. Além disso, foi levada para exames médicos.
“Nos solicitaram que ajudássemos a Manoela. Fomos até a casa dela e a encaminhamos até a Comunidade. Ela já está bem melhor”, explicou o pastor e coordenador da entidade, Adão Adriano. Segundo ele, as condições em que vivia, possivelmente, era o principal fator a debilidade de sua saúde.
Conhecida pela alegria e imponência nas ruas de Campo Mourão, ainda nos anos 90 e 2000, o mundo de Manoela desmoronou. Problemas de saúde a aprisionaram. E a felicidade, desapareceu. Para piorar, vivia na escuridão, literalmente. Há meses não tinha energia elétrica. A exemplo da água, que também estava cortada por falta de pagamento.
Mesmo com familiares em Goioerê, Manoela preferiu viver sozinha em Campo Mourão. Foi uma das primeiras, senão, a primeira travesti da cidade. E ganhava a vida na área central, através de programas sexuais. Mas já, há algum tempo, estava sumida. Há seis meses perdeu a voz. E há pelo menos quatro, se locomove com muita dificuldade. Devido aos problemas, ficava em sua casa, no Jardim Modelo. Saindo apenas para retirar a aposentadoria. Ou parte do que restou dela.
E, por não conseguir se locomover, dependia da ação caridosa de vizinhos, que sempre proviam alimentos. Isolada de quase tudo, Manoela necessitava de atenção. E agora, está assistida. “A primeira coisa que fizemos foi levar ela até o médico. Os exames sairão na próxima semana”, informou Adão.
Além de cuidar da sua saúde, o pastor ressalta que ela permanecerá longe do álcool. Era comum encontrar na casa onde morava frascos vazios de aguardente. Alguns vizinhos também confirmaram que ela vinha fazendo uso constante da substância. Para o irmão de Manoela, Dario, o acolhimento é uma das saídas à sua recuperação.