Falta de aparelhos de ar-condicionado atinge comércio de Campo Mourão
Se não está fácil enfrentar as altas temperaturas com opções de refrescar o ambiente “artificialmente”, imagina sem essa alternativa? É que a falta de aparelhos de ar-condicionado já afeta Campo Mourão. Além das altas temperaturas que impulsionaram o aumento das vendas antes mesmo de a estação mais quente do ano começar, a seca em Manaus, polo nacional de produção de aparelhos de ar-condicionado, interferiu na produção e logística dos equipamentos em todo o país.
Alguns varejistas de eletrodomésticos de Campo Mourão ainda conseguem atender os clientes com a venda de ventiladores, porém os condicionadores de ar já são insuficientes no município. Há quem chegue no comércio com a intenção de comprar um ar-condicionado e acaba saindo levando um ventilador, para amenizar a sensação térmica dos dias mais quentes.
Em algumas lojas de Campo Mourão, a falta no estoque de ar-condicionado começou a ser percebida desde dezembro do ano passado. Isso porque, antes mesmo de o verão começar, a partir de setembro, quando uma grande onda de calor atingiu a região, a procura pelo aparelho disparou. “Um aumento de setenta a oitenta por cento nas vendas sazonais”, falou a gerente de uma loja de eletrodomésticos do município, ao comparar com o verão anterior.
Outro agravante foi a seca que atingiu o estado do Amazonas recentemente, comprometendo a produção e logística dos aparelhos de ar-condicionado na Zona Franca de Manaus, que conecta os fabricantes do aparelho no país. A insuficiência dos produtos preocupa os comerciantes, que não têm uma previsão de quando os equipamentos estarão disponíveis para venda novamente.
Apesar do aumento na demanda e da escassez na oferta, não foi identificado um acréscimo expressivo no valor dos aparelhos, conforme informaram os próprios lojistas e consumidores de Campo Mourão. “Os preços não tiveram muita alteração, teve bastante promoção, o que até esgotou os produtos”, comentou o gerente de outra loja. O preço que vem sendo praticado de aparelhos de ar-condicionado, em média, é a partir de R$ 2.300,00, enquanto ventiladores podem ser encontrados a preço mínimo de R$ 150,00.
O próprio Procon (Proteção e Defesa do Consumidor) não vem tendo procura nesse sentido. O que tem recebido em grande volume são reclamações em relação às entregas. “Algumas empresas, mesmo sabendo que não terão o produto, vendem e prometem uma entrega. Isso infelizmente está acontecendo, e as pessoas acabam procurando o Procon”, falou o diretor do órgão, Sidnei Jardim, ao completar que tem consumidores que já estão esperando há meses após terem efetuado a compra, mas ainda não receberam o produto.