Programa garantiu economia de R$ 17 milhões a agricultores

O Programa Trator Solidário proporcionou este ano economia de cerca de R$ 17 milhões para os agricultores familiares paranaenses que, até o início de dezembro, adquiriram 812 máquinas agrícolas entre tratores, pulverizadores e colhedoras.

Esse valor é resultado do desconto negociado pelo Estado com as fabricantes e concessionárias. O programa estadual é administrado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e operacionalizado em parceria com o Instituto Emater, Fomento Paraná, agentes financeiros oficiais, cooperativas de crédito e fabricantes de implementos, equipamentos e tratores.

Os produtos adquiridos por meio desse programa têm redução entre 15% e 20% no valor em relação ao preço de mercado. Desde o início do Trator Solidário, em 2007, calcula-se que a economia chegou próxima de R$ 117 milhões com a entrega de aproximadamente 13 mil máquinas e implementos. “Além de ter o bem, o produtor ainda retém consigo essa diferença, que seria paga caso não houvesse o Trator Solidário. É um valor que ele pode empregar na propriedade, na melhoria de sua qualidade de vida ou em outras atividades”, disse o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, Salatiel Turra.

Além disso, o agricultor tem a possibilidade de financiar a compra das unidades com taxas de juros de 4,6%, conforme previsto no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O prazo de financiamento é de até sete anos com 14 meses de carência. “Por meio do programa, conseguimos promover o aumento da renda e produtividade, a diversificação de culturas, a indução ao uso de tecnologias adequadas e modernas, a melhoria da qualidade de vida do homem no campo e, como consequência, a desaceleração do êxodo rural”, afirmou o secretário Norberto Ortigara.

Passos

Os beneficiários do Trator Solidário não podem ter propriedade que ultrapasse quatro módulos fiscais e nem renda bruta anual superior a R$ 415 mil, oriunda da atividade agrícola. Segundo o técnico do programa João Arthur Hackenberg, o agricultor interessado em adquirir máquinas e implementos deve, primeiramente, procurar a unidade da Emater em seu município.

É o extensionista quem verificará a validade da declaração de aptidão ao Pronaf e solicitará os documentos exigidos pela instituição financeira dando início ao processo. Cabe ao agricultor escolher a instituição onde deseja financiar a compra. Se a proposta for aprovada pelo comitê gestor, o Deral encaminha para a fabricante do equipamento cadastrada, que vai entregar o bem ao agricultor.

Hackenberg destaca, ainda, que o agricultor familiar que aderir ao programa tem a opção de equalizar o valor das parcelas com equivalência em milho, garantido pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). Dessa forma, cada parcela equivale a uma quantidade fixa de milho. Essa cultura foi escolhida em razão de estar presente em quase todas as regiões do Estado.

Caso o preço médio de mercado do milho, calculado pelo Deral, fique abaixo do preço mínimo base, usado na data da contratação da operação, o Estado garante o pagamento da diferença, mantendo o valor pactuado pelo produtor, a adimplência no agente financeiro e a continuidade da atividade agropecuária.

Entre 2007 e 2018, por três vezes o Tesouro do Estado, com recursos do FDE, fez a equalização dos preços, com um desembolso em valor aproximado de R$ 500 mil.

Mais lucro

O produtor Lucas Geraldo Moresco sempre trabalhou a terra junto com o pai. E continua na atividade, com o cultivo de 8 hectares de milho e 7 hectares de fumo em Ipiranga, na região Central do Estado. Na busca de mais renda para a família, ele optou por participar do programa Trator Solidário. A máquina foi entregue em 13 de agosto durante a exposição Agroleite, em Castro.

São apenas quatro meses e meio, mas ele já comemora o retorno que o investimento trouxe. “Facilita a mão de obra, pois antes pagava para alguém fazer o trabalho e agora eu mesmo posso trabalhar em minha propriedade”, afirmou. Além dessa economia, Moresco passou a ter uma renda extra. “Com o trator, eu posso trabalhar para outros e ter um lucro a mais”, afirmou.