Com seca, moradores sofrem com falta de água em municípios da região
A estiagem prolongada, além de causar danos e perdas às lavouras, tem gerado dor de cabeça aos prefeitos que têm de garantir o abastecimento de água aos moradores. Muitos vêm sofrendo com a falta de água para consumo.
Em vários municípios da Comcam, parte da população vem sendo drasticamente afetada, principalmente quem reside em áreas rurais. A situação já levou alguns prefeitos a decretarem estado de emergência, como é o caso de Peabiru e Moreira Sales, por exemplo.
Em Nova Cantu, o prefeito Airton Agnolin, deve seguir o mesmo caminho. Ele diz que o município está vivendo um caos com a seca. Devido a falta de água, a administração municipal vem se virando como pode para não deixar faltar água nas casas. Entre uma das saídas está a instalação de bombas de sucção de água em poços e criação de redes de água alternativas.
“Vamos ter que puxar água para atender o povo com caminhão pipa. Não tem outra saída”, disse o gestor, ao comentar que a água já começou a faltar, inclusive, para consumo animal. Ele analisa baixar um decreto de emergência para enfrentamento aos transtornos sofridos com a seca
Não diferente, o prefeito de Boa Esperança, Joel Buscariol, diz que está fornecendo água potável com caminhão pipa a moradores da zona rural em pelo menos três localidades. “Não há o que fazer. A população não pode ficar sem água”, frisou.
Em Moreira Sales, o prefeito da cidade, Rafael Brito do Prado, informou que assinou decreto de emergência há 30 dias, já reconhecido pelo Estado por conta da seca. “A coisa está feia. Já orientamos a população para evitar o desperdício. Se não chover logo vamos correr o risco de ficar desabastecidos”, preocupou-se.
Em Peabiru, o prefeito Julio Frare, disse que não chove significativamente há pelo menos 60 dias, o que reduziu drasticamente a vazão de água dos poços que abastecem a cidade e o secamento de minas em propriedades rurais. O gestor também decretou situação de emergência por conta da estiagem.
“Aqui já faz 60 dias ou mais que estou levando água todos os dias de cedo até o fim da tarde para os assentamentos e outras localidades rurais para atender a população sem água. Temos que torcer para chover para a situação melhorar porque se piorar aí complica”, falou.
No município de Corumbataí do Sul, a prefeitura também vem abastecendo algumas propriedades rurais com caminhões pipas. Nessa quinta-feira (20), por exemplo, o produtor Edson Mangolin, teve a sua caixa d’água reabastecida pela prefeitura. Em sua propriedade as minas secaram, faltando água para consumo humano e até animal.
Previsão
Pelos prognósticos meteorológicos do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), não há previsão de chuvas pelo menos até o dia 2 de julho na região. Para o dia 3 do mês que vem tem previsão de precipitações, mas em pouquíssimo volume: apenas 2 milímetros. Ou seja, se a previsão se confirmar, a situação tende a se agravar ainda mais em toda a região com a estiagem.
Conforme o meteorologista do Simepar, Samuel Braun, uma massa de ar seco que predomina sobre o estado está impedindo a entrada de umidade e consequentemente a formação de chuvas. Cenários que devem perdurar pelos próximos dias. “Não há registro de chuvas”, enfatizou.