Crianças da educação infantil participam de projeto de horta e cuidado ambiental

Um projeto desenvolvido no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Criança Feliz, situado no Bairro Vila Guarujá, em Campo Mourão, desafiou estudantes e a comunidade escolar a construírem uma relação de sustentabilidade com o meio ambiente. Para isso, o trabalho “Cultivando sustentabilidade: horta comunitária e cuidado ambiental” propôs o plantio, a produção e a distribuição de alimentos orgânicos na comunidade. A proposta iniciou no mês de abril e finalizou na semana passada.

A ideia partiu da pedagoga da instituição, Mirian Soares dos Santos, e da diretora, Karla Katiele Veiga da Silva. As mãos de cerca de 60 crianças, de zero a três anos, com o auxílio de funcionários da unidade de ensino, cultivaram as mudas que foram plantadas em um espaço do CMEI. A comunidade do bairro também foi convidada a participar das atividades. A variedade de hortaliças foi grande: alface, rúcula, chicória, salsinha, cebolinha, rabanete, vagem, couve e até abóbora foram plantadas.

O projeto também contou com a contribuição voluntária de estudantes e professores do Colégio Agrícola Estadual de Campo Mourão, auxiliando no manuseio da terra e no plantio de sementes e mudas. Os insumos foram tanto fornecidos pela instituição parceira, com a primeira remessa, quanto com recursos próprios do CMEI e doações.

Para as coordenadoras, promover a produção de alimentos orgânicos na instituição de ensino, no contexto proposto no projeto, é uma forma de fortalecer um vínculo importante para o desenvolvimento das crianças, pois tem impacto escolar e social. “Permite que as crianças tenham atividades concretas; então, elas plantaram, regaram, colheram, facilitando o aprendizado prático, a compreensão também sobre a origem dos alimentos”, disse Mirian.

No decorrer do projeto, também foram propostas atividades como rodas de conversa e contação de histórias com o tema “horta”

Os principais benefícios educacionais apontados pela equipe gestora estão ligados ao desenvolvimento de diversas aprendizagens, como: a observação da passagem do tempo no crescimento da planta, a influência dos fenômenos naturais na produção da horta – por exemplo, o sol, a chuva e a terra –, a relação entre cuidado ambiental, produção de alimentos e reciclagem, entre outros. No decorrer do desenvolvimento do projeto, também foram propostas atividades como rodas de conversa e contação de histórias com o tema “horta”.

A distribuição dos alimentos orgânicos para as crianças, as famílias delas e a comunidade local foi feita mediante a troca de tampas plásticas e lacres de latinhas destinadas ao projeto “Recicla Pets”, da PAIS

Contribuição com o projeto ‘Recicla Pets’

Além dos cuidados da proposta de integrar os benefícios ambientais decorrentes do próprio plantio de alimentos orgânicos, com os benefícios sociais, proporcionando estreitamento de vínculos entre escola e família, e os benefícios educacionais, conforme elencados, a iniciativa ainda buscou contribuir com outro projeto no município: o “Recicla Pets”.

Viabilizado pela prefeitura municipal, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (Sema), com apoio da Associação dos Protetores de Animais Independentes (PAIS), o Recicla Pets arrecada tampinhas plásticas de diversos produtos. A intenção é vender os itens para reverter o valor em castração de cães e gatos abandonados e de animais de famílias carentes.

Assim, após a colheita das verduras, que também teve participação da comunidade escolar, a distribuição dos alimentos orgânicos para as crianças, as famílias delas e a comunidade local foi feita mediante a troca de tampas plásticas destinadas à PAIS, bem como de lacres de alumínio, que também foram repassados a ONG.

Os itens foram entregues, nessa sexta-feira (2), a voluntárias representantes da entidade. Participaram do momento a comunidade interna do CMEI, assim como pais e a comunidade local em geral.

“Eu penso que o projeto foi muito positivo, porque a gente conseguiu ver o engajamento dos pais, das mães, dos irmãos, das crianças em trazer os lacres e as tampinhas, e conseguimos arrecadar um número significativo de itens nas três distribuições que fizemos”, disse a diretora, ressaltando que há intenção em levar a proposta adiante e aproveitando para parabenizar toda a equipe escolar que se empenhou na iniciativa.

Professores da área técnica e alunos do primeiro ano do curso técnico em Agropecuária do Colégio Agrícola auxiliaram no manejo do solo e na implantação das primeiras mudas de hortaliças

Parceria: Colégio Estadual Agrícola de Campo Mourão

Um dos grandes parceiros do projeto foi o Colégio Agrícola Estadual de Campo Mourão. Com a atuação de estudantes e professores da instituição, a participação deles foi sobretudo na implantação e no acompanhamento da produção das hortaliças.

O trabalho envolveu desde visita de funcionários, pais e alunos do CMEI no Colégio Agrícola, para conhecerem a horta didática, a produção animal, a agrofloresta e o sistema agroflorestal de produção de galinhas, até a instalação da horta na unidade de ensino infantil.

“Os professores da área técnica e alunos do primeiro ano do curso técnico em Agropecuária realizaram o manejo do solo e a implantação das primeiras mudas de hortaliças. As atividades práticas também envolveram os alunos do CMEI que, de forma assistida, realizaram a implantação de mudas”, disse Gustavo Soares Wenneck, coordenador de agricultura e professor do colégio, ao destacar que os colegas professores Márcio Luiz Ramos e Antônio Aparecido Pereira também atuaram nas atividades demandadas.

Wenneck enfatizou os benefícios de “mão dupla” que trabalhos como esse proporcionam a todos os envolvidos. “A comunidade escolar do CMEI é estimulada à produção de hortaliças e à alimentação saudável, criando ações de contato direto com a natureza. Em contrapartida, os estudantes do Colégio Agrícola aplicam o conhecimento técnico na prática e são estimulados à transmissão desse conhecimento para diferentes públicos, no caso do CMEI, às crianças”, avaliou, lembrando que atividades parecidas são desenvolvidas há anos pelo colégio.