Lar Joana Darc precisa de doações para finalizar reforma estrutural

O Lar Joana Darc em Campo Mourão, que atende atualmente 15 abrigados, entre eles, pessoas com deficiência e idosos com idades que variam entre 22 e 88 anos, está passando por uma reforma estrutural para realizar adequações no espaço. A casa, que atua como uma entidade assistencial, é da cuidadora Joana Darc de Souza Palhano. Junto com seu esposo, João Maria Palhano, ela acolhe, há cerca de 17 anos, familiares e pessoas com alguma condição especial ou acima de 60 anos que tenham vínculo familiar fragilizado ou inexistente.

O estágio da reforma está relativamente avançado. Falta pouco para finalizar a parte interna. Porém, externamente, ainda há bastante trabalho a ser feito. É preciso pagar serviços como do pedreiro, realizar pintura, adquirir móveis, por exemplo, renovar as camas para que sejam adequadas, visto que no local tem nove acamados. A entidade e a reforma se mantêm com a ajuda de instituições, como igrejas, universidades, iniciativa privada e pessoas independentes.

Assim, a cuidadora conta mensalmente com o apoio da comunidade, que fornece doações. “A maioria da alimentação, arroz, feijão, a gente ganha da população”, disse. Hoje, a prioridade é finalizar as obras. “A minha maior necessidade é terminar essa reforma”, disse Joana. Com a intenção de alcançar mais doações, Joana ampliou a divulgação. Os interessados em ajudar podem fazer doações para a chave-Pix: 44999847321 (João Maria Palhano).

A casa de Joana, onde ela abriga 15 pessoas, está passando por uma ampla reforma, por determinação do Ministério Público, que está acompanhando de perto as adequações

A reforma

A reforma foi necessária sobretudo em função de uma determinação do Ministério Público. Após uma inspeção da Vigilância Sanitária de Campo Mourão, em 2022, a entidade estava prestes a ser interditada. Isso porque, sempre pensando em acolher as pessoas necessitadas e proporcionar-lhes bem-estar, Joana acabou não tendo condições de cumprir todos os requisitos estruturais necessários.

A área construída da residência acabou tomando todo o terreno disponível, nem todos os cômodos tinham ventilação, além de dormitórios femininos e masculinos serem compartilhados. De acordo com a assessoria da 3ª Promotoria de Justiça da comarca de Campo Mourão, considerando a importância da atuação de Joana com o público que ela recebe em seu lar, o Ministério Público interveio. Naquele ano, o órgão emitiu uma recomendação administrativa para Joana não abrigar mais ninguém até que a situação seja regularizada.

Desde então, promotores do Ministério Público já realizaram diversas visitas no local para fazer inspeções e reforçar as orientações. Ao longo do tempo, a casa foi recebendo alguns reparos pontuais, mas hoje a entidade está passando por uma ampla reforma estrutural, para adequar questões de dormitórios, acessibilidade, entre outras. Para isso, a cuidadora contou com a importante ajuda do curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Campo Mourão, que fez todo o projeto arquitetônico da casa. Outras diversas instituições e pessoas também estão ajudando com doações.

Vistas parciais da cozinha antes e depois da reforma estrutural do espaço

A assessoria da 3ª Promotoria também informou à TRIBUNA que o órgão tem interesse que a entidade seja mantida, dada a relevância que tem para a sociedade mourãoense, por isso, está tomando todas as medidas necessárias para que seja devidamente regularizada. O próximo passo será um engenheiro do Ministério Público fazer uma vistoria, prevista para ocorrer no dia 30 deste mês, para avaliar a infraestrutura do local.

Além da parte arquitetônica, Joana também está caminhando para outras importantes regularizações na entidade. Para os casos que cabem curatela, ela está sendo nomeada curadora das pessoas, para administrar os benefícios e aplicá-los dentro das necessidades do abrigo.

Ainda, a partir do momento que for liberado o recebimento de mais pessoas no local, esses encaminhamentos serão feitos – respeitando a capacidade máxima do lar – pelo fluxo de atendimentos do Ministério Público e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ou outros órgãos municipais, por exemplo, conforme explicou a assessoria do órgão.

Aicam

Recentemente, a entidade recebeu o título de Utilidade Pública, com a denominação de Associação de Acolhimento e Inclusão de Campo Mourão (Aicam), por meio da Lei nº 4.728, de 19 de junho de 2014. No entanto, Joana ainda está analisando as possibilidades para formalizar a entidade, sem precisar deixar de atender seus familiares, por exemplo, que foi como os serviços começaram.

História

Joana iniciou esse trabalho assistencial acolhendo a própria família em sua casa. “Comecei atendendo pai, mãe, sogro, tio”, disse, ao contar que, após seu sogro falecer, três filhos deficientes dele acabaram ficando ‘desamparados’. Um deles se casou com uma moça também especial. Como a sogra é idosa, a cuidadora acabou acolhendo todos esses parentes em sua casa. “Até certo tempo, o meu trabalho era paliativo”, informou.

Com o passar dos anos, começaram a surgir demandas de outras pessoas sem vínculo familiar. Conforme o ato de amor e generosidade de Joana foi sendo conhecido na sociedade, principalmente nos hospitais, e diante da necessidade de muitas pessoas desamparadas na mesma condição, ela acabou ampliando os atendimentos e recebendo mais abrigados, muitos dos quais são oriundos de abandono e maus-tratos.

Além de Joana e o esposo, que prestam os serviços assistenciais, há mais quatro colaboradores no local. Eles auxiliam nas tarefas de limpeza, cozinha e cuidados com os atendidos. Os abrigados ‘autônomos’ também ajudam a cuidar dos demais.

Serviço

Joana informou que seu lar está sempre aberto para visita de quem queira conhecer de perto a realidade e o trabalho realizado no local. A residência fica na Rua Afonso Labiak, nº 107, Jardim Aeroporto. Doações podem ser feitas para a chave-Pix: 44999847321 (João Maria Palhano).

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