Saúde promove ações contra DST’s em Campo Mourão

O Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), vinculado à secretaria de Saúde de Campo Mourão, iniciou ontem as ações para conscientizar a população sobre o risco de doenças sexualmente transmissíveis. O trabalho está sendo intensificado neste período de Carnaval. Além da distribuição de preservativos, também estão sendo realizados testes rápidos de doenças sexualmente transmissíveis e orientações à população. 

A programação prossegue nesta quarta-feira (19), quinta-feira (20) e sexta-feira (21), nas Unidades de Saúde (UBS). “O objetivo é garantir um carnaval mais seguro”, explica a enfermeira Ana Lúcia Cardoso, responsável pelo DST/Aids.

Dados do Serviço de Ambulatório Especializado em Aids de Campo Mourão  revelam que o número de novos casos de Aids quase dobrou em 2019 em relação a 2018 na Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam). 

No ano passado, foram registrados 84 casos da doença na região contra 48 em 2018, um aumento de 42,7%. De acordo com Ana Lúcia, o número é alarmante, considerando a gravidade da doença. “A prevenção serve de alerta contra o vírus”, frisou. 

Outro dado preocupante é quantidade de óbitos no ano passado em decorrência da doença: 11 no total. Em 2018 foram 6,  e 5 em 2017.  “Em alguns casos foram mortes de pessoas que poderiam ser tratadas, mas ficaram com sintoma sem procurar atendimento”, lamentou.

Ana Lúcia informou que estão em tratamento de Aids no ambulatório do município um total de 476 pacientes de toda a região. Destes, 235 são de Campo Mourão. Em 2018 eram 392 pessoas em tratamento, sendo metade (196) do município. 

A enfermeira atribuiu o aumento de casos principalmente à falta de conscientização da população e vulnerabilidade das pessoas. “Mesmo com tantas campanhas de conscientização e informações divulgadas a respeito da Aids algumas pessoas arriscam com relações sexuais sem uso de preservativos”, falou. Ela disse que o maior número de casos na região está na faixa etária de 19 a 29 anos. 

O ambulatório de Campo Mourão oferece todo suporte de tratamento, inclusive o “PEP”, prevenção pós-acidente. “Neste tratamento, se o paciente teve relação com alguém e sofreu algum acidente ou não se cuidou, pode usar medição por um mês”, explicou. “Fazemos também tratamento para meninas que sofreram violência. Se a pessoa não vier para nós aqui, pode ir na UPA (Unidade Pronto Atendimento) que ela já sai de lá com o medicamento”, informou. 

Entre os serviços prestados pelo ambulatório está o de prevenção com a oferta de preservativos e testes rápidos, e conscientização com palestras de orientação. “A orientação é que a pessoa faça o teste rápido se teve relação sem preservativo. Se for positivo vamos tratar, o paciente em tratamento passa a não ser mais transmissor. O paciente que for negativo que continue se cuidando”, falou. 

Estatísticas

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, 36,9 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo. Destas, 1,8 milhão são crianças com menos de 15 anos de idade. Dois terços do total de pessoas infectadas pelo HIV vivem em países da África.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida/Aids) é causada pelo vírus da imunodefiência humana (HIV). Ele é mais comumente transmitido durante a relação sexual sem uso de preservativo e pela troca de fluidos corporais. O contágio também pode acontecer durante a gravidez, no parto, em transfusões sanguíneas, transplantes de órgãos, pela amamentação e por compartilhamento de agulhas contaminadas.