Sob protesto e ‘bate-boca’, Câmara da região aprova aumento de 9 para 11 vereadores

Sob protesto de moradores e até ‘bate-boca’ de um grupo que acompanhava a votação em plenário com um dos vereadores, a Câmara de Goioerê aprovou na noite dessa segunda-feira (2), durante sessão ordinária, projeto de emenda à lei orgânica que altera o número de vereadores de 9 para 11 no município.

O projeto foi aprovado em primeiro turno de discussão por 7 votos a 2. Votaram contra os vereadores Fabiano Barbosa (PSD) e Patrik Peloi (PL). A votação em segundo turno será no dia 16 deste mês. Segundo estimativa populacional de 2024 do IBGE, Goioerê tem uma população de 28.970 habitantes.

A sessão foi tumultuada por um grupo que acompanhava a votação no plenário durante a justificativa do vereador Helton Maia (PP) que provocou: “Que vergonha. Uma algazarra. Acho que uma boa turminha ali é da ala do PT para fazer badernas. Tem umas professoras ali que são petistas. Tem comunista aí que não sabe ouvir a opinião dos outros”, provocou o parlamentar. Devido ao tumulto, o projeto foi votado pela Casa sem que Maia concluísse sua justificativa e que demais vereadores também se manifestassem.

Durante o tempo em que conseguiu se manifestar, Maia defendeu em sua justificativa que havia na cidade uma ‘paranoia’ de que os vereadores que perderam as eleições seriam beneficiados. “Eu perdi a eleição por quatro votos e se estivesse em vigor as 11 cadeiras eu estaria fora do mesmo jeito. Então não procede”, disse.

O parlamentar falou também que ouviu em uma rádio local que não é função do vereador buscar recursos em Brasília, mas que o próprio Tribunal de Contas do Estado do Paraná endossa essa atuação em decisão em que alega que os vereadores podem e devem receber diárias para busca de recursos. “Isso de que não é trabalho do vereador buscar recursos é falácia. Juntos nós trouxemos mais de R$ 30 milhões para o município neste mandato. É um fato”, defendeu, ao argumentar ainda que municípios até menores do que Goioerê tem 11 vereadores no Paraná.

Quem também usou a palavra para justificar o voto foi o vereador Herley Kleber Dantas de Oliveira (MDB), que é 2º secretário da Câmara Municipal. Ele comentou que uma das justificativas da população contra o aumento de cadeiras seria com os gatos. “Fizeram um cálculo muito mal feito por sinal de que mais dois vereadores aumentariam em R$ 1 milhão os gastos aos cofres públicos por ano”, criticou. No entanto, o parlamentar informou que atualmente o custo de um vereador no município, contando com assessor parlamentar, é de cerca de R$ 540 mil em quatro anos.

Oliveira afirmou que os próprios vereadores ‘se pagam’ no município com recursos públicos que captam com seus deputados. “Cada vereador aqui tem um deputado que no mínimo coloca entre R$ 500 a R$ 600 mil em obras no município em um ano. Isso sem falar do orçamento impositivo que nos quatro anos destinamos uma média de R$ 600 mil às entidades de Goioerê. Se estamos falando de dinheiro, essa justificativa da população, de que vai aumentar os gatos é utopia. Isso não existe. Quem plantou isso está fora da casinha”, argumentou.

Caso o projeto seja aprovado em segundo turno no próximo dia 16, o aumento de cadeiras passará a valer somente a partir da gestão 2029/2032.