Palmeira-sagu: saiba os riscos dessa planta altamente tóxica para os animais
Após alguns incidentes por intoxicação de animais domésticos pela planta Cyca Revoluta, popularmente conhecida como palmeira-cica, sagu-de-jardim ou palmeira-sagu, em Campo Mourão, a Associação dos Protetores dos Animais (PAIS) resolveu fazer um alerta aos tutores, sobretudo de gatos e cachorros, visto que, em caso de ingestão, a planta é altamente tóxica para os bichinhos.
De acordo com a ONG animal, todas as partes da planta são tóxicas, mas as sementes são as mais perigosas. “Os sintomas mais comuns são os distúrbios gastrointestinais, hepáticos e neurológicos. Surgem vômitos, diarreia e dor abdominal persistentes nas doze primeiras horas após a ingestão da planta”, explicou a PAIS no alerta emitido.
Os protetores dos animais informaram, ainda, que, conforme orientação veterinária, no caso de envenenamento ou intoxicação por substâncias tóxicas originadas dessa espécie de palmeira ornamental, não existe um tratamento específico ou medicamento capaz de neutralizar ou reverter o efeito da toxina. Isso implica um risco significativo à saúde do animal, podendo levar à morte.
Amanda Tonet, voluntária da PAIS, comentou que nos últimos meses alguns casos de animais envolvendo intoxicação pela planta na cidade chegaram ao conhecimento dela, o que motivou a emissão do alerta à população pela ONG. “Que eu tive contato, nos últimos dois ou três meses, foram quatro animais que morreram”, disse.
Segundo a médica veterinária Larissa Braga, que atende em Campo Mourão, a intoxicação é mais comum em cães, mas pode acontecer em gatos também. Ela aconselhou quem tem a palmeira-sagu em casa e pets a evitar que os animais entrem em contato com a planta. “A recomendação seria isolar a planta e restringir o acesso dos animais ou até retirar a planta do local”, informou, ao lembrar que, em caso de observação de qualquer sintoma característico, é preciso procurar imediatamente uma clínica veterinária.
O adeus de Zarah: relato de um caso recente
Zarah, uma cachorrinha Spitz Alemã Anã, de um ano e três meses, que pesava um quilo e meio, foi uma das vítimas recentes em Campo Mourão após sofrer intoxicação decorrente da ingestão de sementes da palmeira-sagu. Apesar dos esforços dos médicos veterinários em salvá-la, ela não resistiu e morreu no último sábado (18).
Halana Pineda Campaner, sua tutora, ainda muito abalada, contou à TRIBUNA como tudo ocorreu, para também servir de alerta a todos que têm um animalzinho em casa e, assim como ela e a família, não saibam dos perigos da planta. Halana e o marido, Thiago, são moradores de Maringá. No entanto, a intoxicação aconteceu em Campo Mourão, na casa dos sogros dela, no Jardim Conrado, onde a cachorrinha passaria dez dias.
Embora fosse um ambiente em que Zarah estivesse acostumada a frequentar, inclusive na área da casa em que a planta estava, dessa vez, ela e o outro cachorrinho que vive na residência, também Spitz Alemão, porém maior, interessaram-se pela planta naquele dia. “Nós não tínhamos a informação de que era uma planta altamente tóxica”, lamentou a tutora.
Os tutores estimam que ambos os animais se intoxicaram na quarta-feira (15), pois os sintomas começaram a aparecer na quinta (16). Desde então, eles ficaram internados até o sábado (18). “Nós não sabemos exatamente a quantidade que ela ingeriu, mas temos ciência de que foi um pouco maior do que o outro cachorro, porque ela teve rapidamente mais de dez vômitos seguidos. Quando ela começou, foi muito rápido e ela já ficou muito fraca”, relatou Halana.
Rapidamente os pets foram levados a uma clínica veterinária na cidade. Foram realizados exames e detectado que o fígado de Zarah estava bastante contaminado. Logo a cachorrinha foi internada, porém os médicos já informaram aos tutores de que não seria possível fazer nenhuma lavagem para desintoxicar, visto que os rins e os fígados são contaminados de maneira muito rápida pelas toxinas dessa planta. “Infelizmente ela ficou no soro sendo medicada, mas não conseguiu reagir”, falou, entristecida.
O outro Spitz resistiu, pois não teve o fígado afetado, recebeu alta e está bem. No entanto, conforme os médicos explicaram, ele terá que seguir com um longo tratamento, pois os animais que não vão a óbito após se intoxicarem com a palmeira-sagu ficam com grandes sequelas.